O olhar etnocêntrico de etnógrafos, antropólogos, sociológos e historiadores, de sociedade anterior a nossa, tentaram explicar os elementos da vida religiosa das religiões primitivas, atra´ves da visão míope do homem moderno.
Não podemos, considerar os cultos dos aborigenes australianos como sendo, algo de natureza bizarras, grosseiras e singulares. Devemos observar, que cada sociedade foi constituída mediante as circunstâncias do processo histórico-social e, que o homem dessa sociedade é fruto do seu tempo.
A natureza religiosa do homem primitivo pode nos auxiliar e compreender outras religiões, como o cristianismo. Para estes povos, os cultos religiosos, os ritos "bárbaros", assim como, os mitos, se fazem presente por uma necessidade humana, da coletividade. Para as pessoas, hoje, a única religião verdadeira é que professam: cristianismo, protestantismo, judaísmo, islamismo etc.
Segundo Durkeim (1858-1917), "não existem religiões falsas". Conforme o sociólogo, "todas são verdadeiras, todas respondem, mesmo que de diferentes formas, as condições dadas da existência humana". Com efeito, encontramos uma ordem hierárquica nas religiões, onde é visível uma natureza religiosa. Mas, as religiões (ou credos, doutrinas, seitas) se consideram superiores às demais quanto aos seus aspectos particulares e singulares. Quanto a isso, não podemos classifica-las, apesar de sua complexidade e sua composição de ideias (idealidade), como superiores ou inferiores. Por isso, devemos respeitá-las (as religiões) e não ignorá-las. As religiões, servem ao homem (alguns!) como um instrumento de manifestar e resolver os problemas da vida cotidiana. Para compreendermos, "as religiões mais recentes", é necessário recorrer (também!) a História, através do método de análise histórica, é possível entender a natureza da vida religiosa. Através desta ciência, assim como a antropologia e sociologia, ela define como se desenvolvem determinada religião e como se desempenhou um papel preponderante para a coletividade. É através da observação histórica, que teremos uma análise da religião, "com vistas a determinar as formas elementares da vida religiosa". A religião é uma problemática, que não só permite a curiosidade das Ciências Humanas, como também nos revela um interesse da humanidade como um todo. Contudo, os serviços prestados pelas ciências humanas é impedir que "as formas elementares da vida religiosa" não perca sua importância para a compreensão da realidade, da heterogeneidade do cotidiano.
As crenças e as práticas são carcterísticas comuns em toda religião, o que tornam indispensável à vida religiosa. Entretanto, as observações dos etnógrafos foram reveladoras ao estudo das instituições humanas ao longo do tempo (mesmo estando preso ao relativismo cultural), sobretudo, a religião. O fato, é que as religiões modernas se consideram como as religiões mais desenvolvidas, o que é um erro observar desta forma, já que para as ciências humanas não há uma religião superior às demais.
Inferioridade e superioridade são categorias, que nós criamos mediante "construções subjetivas e arbitrárias" acerca do pensamento religioso. A origem religiosa está intrinsicamente ligada a esfera social. Toda e qualquer religião é "uma especulação sobre o divino", ressalta Durkhein. Ele, ainda acrescenta: "Se a filosofia e as ciências nasceram da religião, é que a própria religião começou por ocupar o lugar das ciências e da filosofia".
Portanto, somente a ciência pode corrigir a ciência. Mas, ao contrário do que se pensa, a religião contribui (para alguns!) na formação do espírito humano no que se refere ao mundo das ideias, seja na construção do pensamento intelectual ou na alienação.
Por Lima Júnior...
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