quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

(IR) RELIGIOSIDADE SISTEMÁTICA

O olhar etnocêntrico de etnógrafos, antropólogos, sociológos e historiadores, de sociedade anterior a nossa, tentaram explicar os elementos da vida religiosa das religiões primitivas, atra´ves da visão míope do homem moderno.

Não podemos, considerar os cultos dos aborigenes australianos como sendo, algo de natureza bizarras, grosseiras e singulares. Devemos observar, que cada sociedade foi constituída mediante as circunstâncias do processo histórico-social e, que o homem dessa sociedade é fruto do seu tempo.

A natureza religiosa do homem primitivo pode nos auxiliar e compreender outras religiões, como o cristianismo. Para estes povos, os cultos religiosos, os ritos "bárbaros", assim como, os mitos, se fazem presente por uma necessidade humana, da coletividade. Para as pessoas, hoje, a única religião verdadeira é que professam: cristianismo, protestantismo, judaísmo, islamismo etc.

Segundo Durkeim (1858-1917), "não existem religiões falsas". Conforme o sociólogo, "todas são verdadeiras, todas respondem, mesmo que de diferentes formas, as condições dadas da existência humana". Com efeito, encontramos uma ordem hierárquica nas religiões, onde é visível uma natureza religiosa. Mas, as religiões (ou credos, doutrinas, seitas) se consideram superiores às demais quanto aos seus aspectos particulares e singulares. Quanto a isso, não podemos classifica-las, apesar de sua complexidade e sua composição de ideias (idealidade), como superiores ou inferiores. Por isso, devemos respeitá-las (as religiões) e não ignorá-las. As religiões, servem ao homem (alguns!) como um instrumento de manifestar e resolver os problemas da vida cotidiana. Para compreendermos, "as religiões mais recentes", é necessário recorrer (também!) a História, através do método de análise histórica, é possível entender a natureza da vida religiosa. Através desta ciência, assim como a antropologia e sociologia, ela define como se desenvolvem determinada religião e como se desempenhou um papel preponderante para a coletividade. É através da observação histórica, que teremos uma análise da religião, "com vistas a determinar as formas elementares da vida religiosa". A religião é uma problemática, que não só permite a curiosidade das Ciências Humanas, como também nos revela um interesse da humanidade como um todo. Contudo, os serviços prestados pelas ciências humanas é impedir que "as formas elementares da vida religiosa" não perca sua importância para a compreensão da realidade, da heterogeneidade do cotidiano.

As crenças e as práticas são carcterísticas comuns em toda religião, o que tornam indispensável à vida religiosa. Entretanto, as observações dos etnógrafos foram reveladoras ao estudo das instituições humanas ao  longo do tempo (mesmo estando preso ao relativismo cultural), sobretudo, a religião. O fato, é que as religiões modernas se consideram como as religiões mais desenvolvidas, o que é um erro observar desta forma, já que para as ciências humanas não há uma religião superior às demais.

Inferioridade e superioridade são categorias, que nós criamos mediante "construções subjetivas e arbitrárias" acerca do pensamento religioso. A origem religiosa está intrinsicamente ligada a esfera social. Toda e qualquer religião é "uma especulação sobre o divino", ressalta Durkhein. Ele, ainda acrescenta: "Se a filosofia e as ciências nasceram da religião, é que a própria religião começou por ocupar o lugar das ciências e da filosofia".

Portanto, somente a ciência pode corrigir a ciência. Mas, ao contrário do que se pensa, a religião contribui (para alguns!) na formação do espírito humano no que se refere ao mundo das ideias, seja na construção do pensamento intelectual ou na alienação.


Por Lima Júnior...

Nenhum comentário:

Postar um comentário