A América foi totalmente transformada pela colonização européia. Os povos pré-colombinaos, numericamente pouco consideráveis, foram assimilados por mestiçagem (freqente na América do Sul, às vezes reconstituíndo uma civilização originária como a dos guaranis, no Paraguai), contidos nas reservas (índios da América do Norte) ou exterminados (Terra do Fogo). Os negros, trazidos outrora como escravos, foram um grupo parcial ainda segregados (nos Estados Unidos da América, onde constituem um problema) ou desigualmente miscigenado às demais raças (no resto do continente). A origem dos imigrantes permite distinguir uma América anglo-saxônica, em que predomina o elemento de origem britânica (E.U.A. e em menor proporção, Canadá, onde subsiste uma forte minoria de origem francesa), e uma América Latina (América do Sul e América Central mais o México), colonizada pelos espanhóis e pelos portugueses (Brasil).
A América anglo-saxônica é muito desenvolvida economicamente: a agricultura caracteriza-se pela alta produtividade de uma mão-de-obra numericamente pequena, que cultiva vastas extensões; a grande potencialidade industrial decorre da abundância de recursos naturais, da revelância do mercado interno, da concentração de capitais e de outros fatores. Seus habitantes desfrutam do mais elevado padrão de vida do mundo. Em contraposição, a América Latina, retalhada em grande número de países de importância muito variavél, é subdesenvolvida. Condições naturais (clima) e histórias (colonização de exploração, no início), a extensão das lavouras (cana-de-açúcar, café, algodão) e a precariedade de atividades industriais outras que não as extrativas (petróleo, ferro, cobre) caracterizam uma economia cuja expansão é refreada pela falta de técnicos e de capitais nacionais (atenuada, mais vezes, com resultados variavelmente satisfatórios, pelos Estados Unidos) e por um insento crescimento demográfico. O baixo nível de vida, agravado pela estrutura social, ainda frequente semi-feudal, o que acarreta grande disparidade de rendas, explica a turbulência política se sua história contemporânea.
HISTÓRIA:
A América pré-colombiana teve evolução muito desigual. Às regiões densamente povoadas (os Andes setentrionais, a América Central, o México), onde outrora floresceram civilizações brilhantes (toltecas, astecas, maias, incas), opunha-se o resto do continente, de população esparsa e primitiva (sioux e outros ao Norte, índios da Amazônia ao Sul). A chegada de Cristovão Colombro, em 1492, abriu o continente à conquista européia. Os portuguesess instalaram-se ao longo da costa brasileira (1500-1526), os espanhóis destruíram o Império asteca (1521), conquistaram o México e, de lá, a América Central, depois o Peru (1531-1536) e o Chile (1540). Na colonização européia da América do Norte, mais tardia e mais progressista, coube o principal papel a ingleses e franceses. Os primeiros chegaram à Nova Inglaterra em 1620, os segundos fixaram-se na Terra Nova e na Nova França no início do século XVII. O século XVIII foi marcado pela rivalidades entre ingleses e franceses, que disputavam a posse dessas regiões. Pelo Tratdo de Paris (1763), a França perdeu o Canadá.
A revolta das colônias inglesas e a conquista de sua independência (1776) foi um exemplo que a América Latina se apressou a seguir: San Martin libertou as regiões andinas (1816-1821); Itubribe, o México (1821); Bolívia e Sucre, vencedores dos espanhóis em Ayacucho (1824), a parte setentrional da América do Sul (1819-1825); e o Brasil se emancipou da tutela portuguesa em 1822. Em 1825, executado o Canadá, toda América era independente. Segundo a doutrina "a América para os americanos", formulada por Monroe, os Estados Unidos da América se opunham a qualquer ingerência dos europeus no Novo Continente.
No decurso do século XIX a disparidade entre o Norte e o Sul não deixou de acentuar-se. Enquanto, o bloco norte-americano firmava sua coesão e alcançava rápido crescimento econômico e demográfico, a América Latina fragmentava-se; a especulação e a instabilidade politica entravavam gravemente seu desenvolvimento econômico. Em 1917, os Estados Unidos participaram da Primeira Guerra Mundial e adquiriram rapidamente um papela preponderante no mundo.
Para satisfazer o pan-americanismo, firmaram-se alianças em escala continental: a conferência de Bogotá (1948), criou a Organização dos Estados Americanos (O.E.A), entretanto, persiste ainda como problema dominante, as relações entre os EUA e os países latino-americanos.
CIVILIZAÇÕES PRÉ-COLOMBIANAS:
TOLTECAS: grupo tribal indígena que ocupou o México a partir do século X, criando uma civilização notável, cujo centro se encontrava na região de Tula.
ASTECAS: primitivos habitantes do México, país que eles dominaram desde 1325, quando chegaram ao vale de Anahuac, onde fundaram a cidade de Tenochitlán, até a conquista espanhola (1519). Os astecas, que atingiram alto grau de civilização, cultura e organização política, eram governados por uma monarquia eletiva, dividiam-se em clâs e classes (nobres, sacerdotes, povo, comerciantes e escravos), possuíam uma escrita ideográfica e dispunham de dois calendários (astronômico e litúrgico). Seu último imperador foi Guatimozin, suplicado por ordem de Hernán Cortés (1522).
MAIAS: índios da América Central (Honduras, Guatemala, El Salvador e Yucatán). Atingiram alto grau de civilização na época pré-colombiana. O Antigo Império (320-987), teve como centro a região do Petén. O Novo Império (987-1687), estendeu-se apenas pelo Yucatán. Subsiste grande número de obras de arte maia (pirâmides, palácios, baixos relevos, afrescos). As cidades-estados constituíam a base da organização politica.
INCAS: poderoso império fundado no século XII por uma tribou de língua quíchua, procedente da região do Titicaca, e que, no seu apogeu (século XV), chegou a estender-se por toda a região andina desde o Sul da Colômbia até o Norte da Argentina e do Chile. Em Cuzco, sua capital, residia o Inca, monarca absoluto e hereditário. A sociedade incaica estava dividida em três classes: a nobreza, o povo e os yanaconas ou servidores dos grandes do Império. A atividade principal era a agricultura (milho, batata, algodão etc). Os incas dispunham de magnifica rede de estradas, embora o comércio fosse pouco desenvolvido. Adoravam o Sol, a Lua e os fenômenos naturais, e cultivavam os mortos. Sua arte estavam representada pela cerâmica, a poesia, a música, a dança e sobretudo pela arquitetura (palácio, templos, fortaleza). Foi uma brilhante civilização, que os conquistadores espanhóis destruíram no início do século XVI.
Fonte: KOOGAN, Abrahão, HOUAISS, Antônio. Enciclopédia e Dicionário ilustrado. Rio de Janeiro: Delta, 1993.
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