sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

Origens do totalitarismo alemão e a implantação do Nazismo

pamella.piva | 28 28UTC janeiro 28UTC 2011 at 8:56 AM | Categorias: origem do nazismo; Tratado de Versalhes; doutrinas; Hitler | Categories: História Contemporânea | URL: http://wp.me/p1iFmg-2T
 
1. Principais fatores que levaram a implantação do nazismo na Alemanha 


Tratado de Versalhes
Em 11 de novembro de 1918, o governo alemão assinava o armistício em situação desvantajosa. Após sua rendição, realizou-se na França uma série de conferências entre as  vinte e sete participantes vencedoras da Primeira Guerra. Sob a liderança dos EUA, Inglaterra e França nasceu o Tratado de Versalhes assinado em 28 de junho de 1919.

Este tratado estipulava uma série de obrigações à Alemanha, país que perdera a guerra, dentre eles:
* restituir a região da Alsácia- Lorena á frança;
* ceder outras regiões à Bélgica, à Dinamarca e à Polônia;
* entregar quase todos os seus navios mercantes à França, à Inglaterra e à Bélgica;
* pagar uma indenização em dinheiro aos países vencedores;
* reduzir o poderio militar de seus exércitos, sendo proibida de constituir aviação militar;
*Art.45 – Alemanha cede à França a propriedade absoluta [...], com direito total de exploração, das minas de carvão situadas na bacia do rio Sarre.
* Art.80 – A Alemanha reconhece e respeitará a estritamente a independência da Áustria.
*Art.119- A Alemanha renuncia, em favor das potências aliadas, a todos os direitos sobre as colônias ultramarinas.
* Art.171- Estão proibidas na Alemanha a fabricação e a importação de carros blindados, tanques ou qualquer outro instrumento que sirva a objetivos de guerra.
*Art.232- A Alemanha se compromete a reparar todos os danos causados à população civil das potências aliadas e a seus bens.
Os alemães consideravam  o Tratado de Versalhes injusto, humilhante e vingativo. Já durante a Primeira Guerra, a fome alastrou a Alemanha tornando alimentos como leite, batatas em produtos de luxo encontrados apenas no “mercado negro” e comprados pelos ricos. Se os alimentos, raramente, estivessem a venda eram racionados. O roubo tornou-se uma prática comum, e rouba-se desde roupas até cães para se matar a fome. O pós-guerra não melhorou a situação da Alemanha, pois esta foi um dos países que ficou com uma grave crise sócio-econômica e um grande número de mortos. O Tratado de Versalhes veio intensificar a situação de crise no país. A crise de 1929 só veio agravar a situação, pois atingiu os países, em proporções diferentes, que lutaram na Primeira Guerra, realçando seus problemas socioeconômicos. Essa crise gerou conflitos entre as classes sociais, fazendo que inúmeros membros da elite se mostrassem favoráveis a formação de um regime autoritário que recompusesse a ordem capitalista.

Nesse momento, os regimes autoritários são vistos como a solução para o fim da crise socioeconômica. Este governo forte controlaria diversos setores da vida social, como os meios de comunicação, órgãos de segurança, sindicatos, etc. Seria o fim da democracia liberal. Um único partido determinaria a política do país.

Vale lembrar que a Revolução Russa de 1917 era uma ameaça aos interesses das elites, o que a levou a apoiar esses regimes autoritários.  De acordo com o historiador Michael Burleigh e seu livro “Third Reich: a New History”, os nazistas nunca teriam conseguido tomar o poder sem o consentimento do povo, “a Alemanha estava desesperada por uma identidade e por um milagre econômico. Por isso, não houve qualquer revolta quando o país, durante o Terceiro Reich, desviou-se do bem para o mal. O que houve foi apenas um realinhamento moral”.

2. Hitler e o Nazismo: a solução alemã 

A Alemanha não havia se recuperado da Primeira Guerra. Sua população continha um imenso número de desempregados, altas taxas de inflação, havia muitos protestos de operariados influenciados pela Revolução Russa, e estava presa as imposições do Tratado de Versalhes.


Adolf Hitler
Adolf Hitler (1889-1945) nascido na Áustria e ex- combatente da Primeira Guerra filiou-se ao Partido Nacional Socialista dos Trabalhadores Alemães (NAZI – o termo nazismo deriva da suas iniciais). Em 1921, Hitler tornou-se o chefe absoluto do partido nazista. Após tentar um golpe em 1923 foi condenado a prisão onde escreveu a primeira parte de seu livro Mein Kampf (Minha luta) e continha as bases da doutrina nazista.

Entre elas estão:
*superioridade da raça ariana: os alemães descendem de uma” raça superior” (ariana) e por isso têm o direito de dominar as “raças inferiores”.
*anti-semitismo
*total fortalecimento do Estado: todos deviam se submeter ao Estado, personificado na figura do Führer (chefe).
*expansionismo: o povo alemão tinha o direito de conquistar seu espaço vital.

A propaganda da doutrina nazista foi feita através de discursos de Hitler para as massas, publicações do partido e principalmente desfiles militares que passavam a imagem de ordem, disciplina e organização. Ao sistema educacional incentivava o nacionalismo, e foi marcado por militarismo, anti-semitismo, e racismo. Os professores deveriam fazer parte da Liga Nazista de Docentes.


Em 1925, Von Hindenburg torna-se presidente da Alemanha, porém não conseguiu solucionar os problemas socioeconômicos. O Parlamento Alemão, em 1932, teve uma grande maioria apoiando o partido nazista e sendo favorável a ascensão de Hitler, nomeando-o como chanceler.

Fontes:
Portal Segunda Guerra MundialRevista História- Nazismo.nº1. Tríada
COTRIM, Gilberto. "História Global- Brasil e Geral" vol. único, São Paulo. Saraiva, 2002. pp.420-440.
Para baixar o Tratado de Versalhes clique aqui





terça-feira, 25 de janeiro de 2011

Educar contra a barbárie

Posted: 15/01/2011 by Antonio Ozaí da Silva in educação, política, práxis docente
 

Você que nasceu nos anos 1960 sabe onde fica Auschwitz? Sabe o que aconteceu? E a geração dos anos 1980, será que aprendeu o significado de Auschwitz? Sabemos cultivar nas mentes e corações dos jovens a indignação diante da barbárie em Auschwitz e outros campos de concentração nazistas?

Nossa responsabilidade como educadores é enorme. A realidade que nos cerca expressa a barbárie e está prenhe de fatores que apontam para o risco da regressão. O mundo globalizado impele as pessoas em direção ao xenofobismo, à intolerância diante do outro, à idéia de que há uma inevitabilidade histórica, ao consumismo e ao individualismo desenfreado. Naturalizam-se as mazelas e misérias da condição humana, em nome de um determinismo amparado num viés tecnicista e nas necessidades da concorrência internacional, isto é, da predominância do mercado.

Prevalece a mesmice entediante e anestesiante. Espaços onde deveria frutificar a reflexão crítica mais parecem “cemitérios de vivos”. A crítica deu lugar ao comodismo e ao servilismo. Os poderosos de plantão decretaram que não existe alternativa e muitos acataram. Os problemas sociais que afligem enormes parcelas da humanidade, excluídas da mais elementar cidadania, parecem inevitáveis ou castigo. A condição humana continua a ser aviltada em situações que antes horrorizavam os bem-pensantes membros da classe média intelectualizada.

Enquanto isso nos voltamos para o nosso mundinho, para o nosso umbigo; para as veleidades da ambição acadêmica. Vaidosos, ostentamos nossos títulos acadêmicos como prova de pretensa superioridade intelectual. Títulos que nada provam. Mesquinhos, alimentamos nosso ego com o quinhão do poder burocrático. Em nossa arrogância, fetichizamos a técnica e o conhecimento sem atentarmos para o fato de que seu domínio pelo nazismo significou a supressão da humanidade. Como compreender que foram precisamente os cientistas, isto é, pessoas tituladas e diplomadas, que projetaram o sistema de morte que vitimizou milhões com rapidez e eficiência?

Donos da verdade, damos ouvidos às conversas de corredores, formalizamos a informalidade das relações em memorandos, protocolandos, etc. Transformamos o trivial e o ridículo em batalhas políticas – ainda que coloquemos em risco a sobrevivência econômica dos nossos colegas de trabalho. Substituímos a mais elementar solidariedade pela autofagia e pelo individualismo exacerbado.

Em nome da eficiência quantificamos tudo. Assim, repetimos outro procedimento presente em Auschwitz: a coisificação das relações humanas. A partir do momento em que não nos indignamos diante da realidade social, que aceitamos como naturais determinados fenômenos sociais, acabamos por admitir que parcelas de seres humanos são descartáveis. Longe de pura abstração filosófica, este fenômeno está presente em nosso cotidiano nas questões que nos parecem mais banais. Numa realidade onde a vida humana pouco vale, a tendência é a crescente banalização do mal.

Como educadores, temos responsabilidade social. Ao invés de nos perdemos em discussões intermináveis e estéreis; de nos afogarmos em nossa própria vaidade; de gastarmos nosso precioso tempo na mesquinhez do emaranhado burocrático e na luta pelo poder de controlar os meios de prejudicar o outro; de nos desgastarmos em picuinhas e academicismos; eduquemos no sentido da auto-reflexão crítica e nos dediquemos à tarefa de esclarecer, para que se produza um clima intelectual, cultural e social que não permita a repetição de Auschwitz. O primeiro passo é repensarmos nossas práticas como educadores e nos indignarmos com tudo que nos lembre Auschwitz … 

Publicado por Robson Raymundo da Silva em 17 de janeiro de 2011 às 10:50 em Ensino de História

sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

Uma lei de responsabilidade sócio-ambiental?

Leonardo Boff

Já existe a lei de responsabilidade fiscal. Um governante não pode gastar mais do que lhe permite o montante dos  impostos recolhidos. Isso melhorou significativamente a gestão pública.

O acúmulo de desastres sócio-ambientais ocorridos nos últimos tempos, com desabamentos de encostas, enchentes avassaladoras e centenas de vítimas fatais junto com a destruição de inteiras paisagens, nos obrigam a pensar na instauração  de uma lei nacional de responsabilidade sócio-ambiental, com pesadas penas para os que não a respeitarem.


Já se deu um passo com a consciência da responsabilidade social das empresas. Elas não podem pensar somente em si mesmas e nos lucros de seus acionistas. Devem assumir uma clara responsabilidade social. Pois não vivem num mundo a parte: são inseridas  numa determinada sociedade, com um Estado que dita leis, se situam num determinado ecossistema e são pressionadas por uma consciência cidadã que cada vez mais cobra o direito à uma boa qualidade de vida.


Mas fique claro: responsabilidade social não é a mesma coisa que
obrigação social prevista em lei quanto ao pagamento dos impostos e dos salários; nem pode ser confundida com a resposta social que é a capacidade das empresas  de criativamente se adequarem às mudanças no campo social, econômico e técnico. A responsabilidade social é a obrigação que as  empresas assumem de buscar metas que, a meio e longo prazo, sejam boas para elas e também  para o conjunto da sociedade na qual estão inseridas.

Não se trata de fazer
para a sociedade o que seria filantropia, mas com a sociedade, se envolvendo nos projetos elaborados em comum  com os municípios, ONGs e outras entidades.

Mas sejamos realistas: num regime neoliberal como o nosso,  sempre que os negócios não são tão rentáveis, diminui ou até desaparece a responsabilidade social. O maior inimigo da responsabilidade social é o capital especulativo. Seu objetivo é maximizar os lucros das carteiras e portofólios que controlam. Não vêem outra responsabilidade, senão a de garantir ganhos.


Mas a responsabilidade social é insuficiente, pois ela não inclui o ambiental. São poucos os que perceberam a relação do social com o ambiental. Ela é intrínseca. Todas empresas e cada um de nós vivemos no chão, não nas nuvens: respiramos, comemos, bebemos, pisamos os solos, estamos expostos à mudanças dos climas, mergulhados na natureza com sua biodiversidade, somos habitados por bilhões de bactérias e outros microorganismos. Quer dizer, estamos dentro da natureza e somos parte dela. Ela pode viver sem nós como o fez por bilhões de anos. Nós não podemos viver sem ela. Portanto, o social sem o ambiental é irreal. Ambos vêm  sempre juntos.


Isso que parece óbvio, não o é para a grande parte das pessoas. Por que excluimos a natureza? Porque somos todos antropocêntricos, quer dizer, pensamos apenas em nós próprios. A natureza é exterior,  posta ao nosso bel-prazer.


Somos irresponsáveis face à natureza quando desmatamos, jogamos bilhões e litros de agrotóxicos no solo, lançamos na atmosfera, anualmente, cerca de 21 bilhões de toneladas de gases de efeito estufa, contaminamos as águas, destruímos a mata ciliar, não respeitamos o declive das montanhas que podem desmoronar e matar pessoas nem observamos o curso dos rios que nas enchentes podem levar tudo de roldão.


Não interiorizamos os dados que biólogos e astrofísicos nos apresentam: Todos possuímos o mesmo alfabeto genético de base, por isso somos todos primos e irmãos e irmãs e formamos assim a comunidade de vida. Cada ser possui valor intrínseco e por isso tem direitos. Nossa democracia não pode incluir apenas os seres humanos. Sem os outros membros da comunidade de vida, não somos nada. Eles valem como novos cidadãos que devem ser incorporados na nossa compreensão de democracia que então será uma democracia sócio-ambiental. A natureza e as coisas dão-nos sinais. Elas nos chamam atenção para os eventuais riscos que podemos evitar.


Não basta a responsabilidade social, ela deve ser
sócio-ambiental. É urgente que o Parlamento vote uma lei de responsabilidade sócio-ambiental imposta a todos os gestores da coisa pública. Só assim evitaremos tragédias e mortes.

quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

PRECISAMOS DE LEITURA!

A elaboração do pensamento nas sociedades, ditas modernas, não tem levado ( ou não pretende!) ao homem a liberdade de pensamento. Não lhe possibilita a um retorno reflexivo acerca da compreensão da realidade em curso. O que vejo, é a reprodução desenfreada do senso comum, das opiniões alheias, substituindo a Fisolofia, a Ciência, como análise critica da duplicidade do cotidiano. Para tanto, o homem encontra-se mergulhado na limitação do conhecimento acrítico. Essa limitação possibilitou aos seres humanos a cauterização de suas consciências, petrificando a racionalização do conhecimento.

A falta do conhecimento científico provoca em nós pensamentos estéries, o que nos propõe uma forma defeituosa de apreender o contexto histórico-social. Não consegue fixar com clareza o sentido das coisas,  nos tornando presas faceis as opiniões vulgares (discursos excludentes). Contudo, o mundo feito, produzido, construído, isto é, elaborado a partir das imgens captadas desse pensamento, cria (ou recria) uma falsa realidade, descrevendo, assim, uma inversão idealista, seguindo padrões conceptuais configurados.

Porém, esses padrões impostos pela sociedade são os mesmo que modelam a realidade. A rigor, esses padrões, nos impõe normas comportamentais que regulam a existência humana mediante hábitos, costumes, normas de civilidade, princípios éticos, instituições jurídicas, técnicas etc. Para as autoridades dirigentes, não cabe ao homem um pensamento investigador, voltado para a reflexão crítica dos fatos, ou seja, da realidade exterior. Como foi notado, este pensamento (excludente) transfere-se para a esfera do pensamento vulgar, sem um processo de elaboração crítico, impossibilitando em níveis distintos a elaboração do conhecimento. Nicolau Maquiavel, já dizia, em sua celebre obra "O Principe", que para manter-se no poder tudo é válido. Entretanto, as pessoas não querem saber das consequências, fingem não saber, passando por cima de tudo e de todos.

sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

A REPRESENTAÇÃO CRISTÃ DE TIRADENTES: DE TRAIDOR NO BRASIL COLÔNIA A HERÓI NACIONAL REPUBLICANO.


A figura de Joaquim José da Silva Xavier, o “TIRADENTES”, é uma presença marcante nas aulas de história das séries da Educação Básica. O curioso é que, em um primeiro momento, ele é apresentado como traidor por sua participação na Inconfidência Mineira (1789), sendo inclusive condenado à morte por crime de “lesa-majestade”, e, em um segundo momento, ele é apresentado como herói nacional de nossa República instaurada em 1889. Mas, afinal de contas, como esse personagem, num espaço de 100 anos (1789-1889), vai de traidor a herói nacional, ganhando inclusive representações semelhantes à de Cristo?
A resposta para a pergunta acima deve ser formulada a partir do contexto histórico da Proclamação da República (1889). Quando nosso regime republicano foi instaurado não gozava de simpatia popular. Lembremos aqui que, o golpe republicano foi coordenado por parte de uma facção militar (MOCIDADE MILITAR), contando também com a participação de alguns republicanos civis, mas tudo muito longe de uma participação popular ativa. Murilo de Carvalho chegou a dizer que o povo assistiu a tudo “bestializados”. Somado a isso, o processo de secularização do Estado (separação entre Estado e Igreja) também contribuiu para que a República não conquistasse a simpatia popular. Logo, o regime que chegou ao poder em 1889 tinha uma difícil tarefa: Conquistar o apoio popular.
É nesse contexto que surge a figura heróica e messiânica de Tirandentes. Nossas autoridades republicanas aproveitaram o histórico de vida do nosso personagem, principalmente sua participação na Inconfidência Mineira (só para lembrar que este movimento buscava instaurar uma República independente de Portugal) para torná-lo o grande herói da Pátria que conhecemos hoje. Mas qual foi a estratégia que nossos republicanos utilizaram para transformá-lo em herói?
Ora, em um país de esmagadora maioria cristã como o nosso, qual a grande figura que se destaca quando falamos em justiça, salvação e libertação? Jesus Cristo. Pois ai está a estratégia republicana para tornar Tiradentes o grande herói nacional que conhecemos hoje. Como fizeram isso? Através de representações simbólicas: Tiradentes que provavelmente nunca teve barba, agora apresentava longas barbas. Também adicionaram um camisolão que o mesmo utilizava um pouco antes de sua execução. E assim, semelhante a Cristo, nascia nosso novo herói republicano nacional.

quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

Quadro comparativo das Religiões Cristãs - XVI

Quando falamos de Reforma Protestante, muitas vezes a rapaziada pergunta qual a diferença entre as ideias católicas e as várias religiões protestantes que surgiram no séc. XVI. Este jogo operatório vai tirar esta dúvida.

Além disso, vai testar os conhecimentos do que você aprendeu, utilizando o raciocínio rápido e a metacognição (palavrão).

Como este jogo operatório trata do tema Reforma Protestante, é sempre bom aprofundar os estudos e saber cada vez mais, não é? Então, sugiro a leitura de alguns artigos quentes sobre o assunto:
- Resumo: Reforma Protestante
- Vídeo: As Reformas Religiosas


Para jogar é simples! Clique em START e depois em PROCEED. Olhe o reloginho embaixo e tente resolver da forma mais rápida possível. A "colinha" deste jogo está no arquivo em flash e também na tabela que coloco na sequência. Se não tiver intimidade com o assunto, dê uma olhada antes ;)

Se curtir o jogo, dê uma conferida em outros jogos operatórios legais:
- Jogo da Linha do Tempo [História do Brasil]
- Jogo da Linha do Tempo [História Geral]
- Jogo dos pensadores absolutistas
- Caça-Palavras sobre o Mercantilismo
- Cruzadinha sobre Criações Medievais


Para jogar em TELA CHEIA, clique aqui

Principais fundamentos das igrejas cristãs do séc.XVI:

Catolicismo
- Salvação: pelas obras
- Origem: Roma
- Culto: missa em latim
- Sacramento: sete no total
- Bíblia: interpretada pela Igreja

Calvinismo 
 - Sacramento: batismo e eucaristia
- Origem: França
- Salvação: predestinação
- Bíblia: única fonte de fé
- Culto: língua nacional

Anglicanismo
- Bíblia: interpretada pela Igreja
- Salvação: predestinação
- Culto: missa em língua nacional
- Origem: Inglaterra
- Sacramento: batismo e eucaristia

Luteranismo
- Salvação: pela fé em Deus
- Sacramento: batismo e eucaristia                              
- Bíblia: única fonte de fé
- Origem: Alemanha
- Culto: língua nacional




Veja Também!

Para conhecer outros jogos operatórios  no blog, clique aqui
http://www.historiadigital.org/2011/01/quadro-comparativo-religioes-cristas-do.html

segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

Bases Teóricas do Racismo - Século XIX

ARIANISMO

É uma doutrina que  justifica a desigualdade entre os homens e adverte contra o cruzamento das raças. Arthur de Gobineau (1816-1882), seu mais importante teórico, faz distinção entre as raças semita e ariana. Classifica a primeira como física, moral e culturalmente inferior à ariana - que seria o europeu puro - e, rotula os semitas de inassimiláveias e pervertedores. Os semitas seriam uma raça híbrida, branca, mas abastardada por uma mistura com os negros.

Entre 1869 e 1870, o Conde de Gobineau esteve no Brasil e manteve intensa amizada com o imperador D. Pedro II, discutindio com ele a abolição e a política de imigração. Curiosamente, previu para menos de duzentos anos o desaparecimento dos habitantes brasileiros, condenados pelo crescente processo de miscigenação.

DARWINISMO SOCIAL

Teoria da evolução social baseada na analogia com as ciências biológicas, substituindo os organismos vivos pelos grupos sociais em conflito.Os teóricos do darwinismo social inispiraram-se em Charles Darwin (1809-1882) e sua obra A origem das espécies, de 1859, em que defende a tese da evolução das espécies biológicas com base na sobrevivência dos mais capazes. No entanto, esses pensadores adaptaram e até distorceram as ideias de Darwin. Alguns consideravam a seleção social como um processo negativo, no qual os tipos "inferiores" seriam favorecidos e acabariam colaborando para uma progressiva degeneração física, mental e moral da humanidade, destinada, por isso mesmo, ao desaparecimento.

Entre os principais defensores dessa teoria, encontram-se Ludwig Gumpllwicz, G. Bagehot, G. Ratzenhofer, H. Haeckel e George Vacher Lapouge. Este último, aliás, tinha uma visão pessimista sobre o Brasil, referindo-se ao país como "uma imensa nação negra em regressão para a barbárie".

EVOLUCIONISMO SOCIAL

Essa teoria propunha a interpretação do desenvolvimento sociocultural do homem com base no conceito de evolução. Afirmava a existência de uma espécie humana única, que se desenvolve em ritmos desiguais e com diferentes formas de organização (estágios de civilização), variando das mais simples às mais complexas. O ponto máximo do progresso humano teria sido atingido pela cultural ocidental; as demais culturas seriam menos evoluídas, primitivas.

Entre os principais estudiosos dessa corrente destacou-se o inglês Herbert Spencer (1820-1903), responsável pela forma mais radical do evolucionismo sociológico. Introduziu a expressão sobrevivência do mais apto e popularizou, entre 1860 e 1890, o termo evolução.

Dois outros importantes filósofos evolucionistas foram Thomas H. Husley (1825-1895) e Ernst Haeckel (1834-1919). Porém, a formulação mais elaborada do evolucionismo social encontra-se na obra de Lewis Henry Morgan (1818-1881), que distingue três estágios de evolução da humanidade: selvageria, barbárie e civilização.

EUGENIA

A palavra deriva do grego eu (bom) e genesis (geração). Pretensa ciência fundamentada nas ideias de Francis Galton, conhecido pela descoberta das impressões digitais. Galton defendia a necessidade de o Estado formular um plano com o objetivo de selecionar jovens aptos a procriarem os mais capazes. Propunha a escolha de uma boa raça (a mais pura) ou do bom nascimento, chegando ao extremo de defender a esterilização de doentes, criminosos, judeus e ciganos. A eugenia incentivou experiências desse tipo no Terceiro Reich, que se propôs a elaborar um plano de purificação racial, marca do holocausto judeu.


INTELECTUAIS BRASILEIROS QUE IMPORTARAM IDEIAS RACISTAS


SÍLVIO ROMERO

Aponta como mestres Spencer, Darwin e Gobineau. Analisa a formação de uma subraça no Brasil, resultante da união da raça branca com as demais, que acabariam por desaparecer por um processo de seleção natural. Prevaleceria a raça pura, fortalecida pela imigração européia, compensado a degeneração provocada pelo clima e pelos negros.

NINA RODRIGUES

Professor de Medicinia Legal na Bahia, considera os  negros e os índios com raças inferiores. Diz que os mestiços, por terem mentalidade infantil, não poderiam receber no código penal o mesmo tratamento que os brancos.

FRANCISCO ADOLFO DE VARNHAGEN

Afirma que os índios, em função de sua organização física, não poderiam progredir no meio da civilização, estando condenados a viver nas trevas. Se fossem colocados na luz (símbolo da civilização) morreriam ou desapareciam.

EUCLIDES DA CUNHA

Autorde Os sertões (1902), interpreta a História a partir do determinismo do meio e da raça. Subordina a evolução cultural de um povo à evolução étnica, considerando a mestiçagem prejudicial. Os mestiços são vistos como retrógrados, raquiticos e neurastênicos, incapazes de concorrer para o progresso brasileiro. Só poderiam superar seus "defeitos" se fossem segregados, evitando-se novas fusões com o sangue negro. Euclides os diferencia dos sertanejos, homens da caatinga, de raça forte.

FRANCISCO JOSÉ DE OLIVEIRA VIANA

Adespto do arianismo, dividia a sociedade em raças superiores e inferiores. Considerava o sangue branco mais puro e dizia que o destino dos arianos seria sempre dominar as outras raças. Entendia por isso que a aristocracia era a melhor expressão da superioridade ariana. Para ele, a mestiçagem era causa da decadência da raça pura. Via os mulatos, mamelucos e cafuzos com ralé.

Fonte: CARNEIRO, Maria Luiza Tucci. O racismo na História do Brasil: mito e  realidade. Ática: São Paulo, 1994, p. 22 (Col. História em movimento).

quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

Diversidade étnico-cultural

A educação como um campo de possibilidades

José Lima Dias Júnior*


            O estudo e a compreensão da diversidade cultural de um povo contribuem para a construção de uma sociedade democrática.

            A obrigatoriedade do estudo da História e Cultura Afro-Brasileira, além do resgate da História dos primeiros habitantes do Brasil (os povos indígenas)  no currículo escolar da educação básica, através dos dispositivos da Lei Federal n° 10.639, de 09 de janeiro de 2003, possibilita  “uma ruptura do modelo eurocêntrico no ensino e a construção de uma educação multicultural na escola brasileira.”  (José Ricardo Oriá Fernandes, Cad. Cedes, Campinas, vol. 25, n. 67, p. 378, set./dez. 2005).

            É essencial que nós educadores tenhamos uma visão interdisciplinar ao tratar a temática diversidade cultural, e  não tê-la como um estudo específico a determinadas disciplinas  (Artes, Língua Portuguesa, Literatura, Geografia, História do Brasil), mas que seja  trabalhada no contexto de todo o currículo escolar.

            A cultura brasileira deve ser pensada a partir de suas múltiplas dimensões. Pois, o que a caracteriza é a riqueza de sua diversidade. O que de fato existe dentro do processo histórico-social é a constituição de várias “culturas brasileiras” (da influência marcante da cultura européia, além da rica pluralidade cultural que herdamos de índios e negros) que contribuíram para a sua formação.

            Somos, assim, uma nação multirracial e pluriétnica, de notável diversidade cultural. Nesse sentido, cabe a escola mostrar a participação de outros  segmentos  sociais (especialmente, índios e negros) no processo histórico do país. Que de forma pejorativa, preconceituosa ou estereotipada aparecem nos livros didáticos e nos discursos de alguns educadores, que por falta de uma formação adequada, discriminam crianças e jovens negros e mestiços.

            É importante, observar que currículos e manuais didáticos silenciam, omitem e chega até negar a participação de negros e índios na construção da história e da cultura brasileiras, bem como a condição de sujeitos históricos. As palavras do historiador José Ricardo Oriá Fernandes são bastante elucidativas:

            Enquanto o negro brasileiro não tiver acesso ao conhecimento da história de si próprio, a escravidão cultural se manterá no País.

            Porém, não cabe aos professores nem a escola abordar as referidas culturas (indígena e africana) de forma “folclorizada e pitoresca” e tratar a cultura de matriz européia como sendo uma “cultura superior e civilizada”.

            Apesar disso, não podemos mais aceitar que a escola esteja moldada ou se identifique, somente, com os padrões eurocêntricos, que não compreende, respeita e valoriza a diversidade étnico-cultural. É necessário, urgente, que a escola aprenda a com a diversidade cultural.

            Assim, ao invés de silenciar, negar ou omitir as riquezas culturais de índios e negros, é preciso que a escola através do seu Projeto Político Pedagógico estabeleça objetivos que sejam fundamentais no combate ao preconceito e à discriminação, além de possibilitar a “formulação de atitudes e valores essenciais à formação da cidadania de nossos educandos” (Oriá).

Por fim, a pluralidade étnico-cultural que resultou na nossa formação deve ser respeitada e valorizada, pois cabe a nós (educadores e escola) desfazer os preconceitos e estereótipos criados ao longo dos séculos pela ideologia dominante. Mesmo sabendo que a política, assim como, a cultura “modela formas de agir e pensar”, a escola e professores não deve está consubstanciados a um exagerado discurso político-ideológico, onde “faz parte do exercício de poder ocultar a diferença, a construção, decidindo o que deve ser lembrado, como deve ser lembrado e, em contrapartida, o que deve ser esquecido” (Maria do Pilar de Araújo Vieira, ett alli. A Pesquisa em História. 4ª Ed. Ática, São Paulo, 2003, p. 27).

Por isso, é só através de uma escola plural e democrática, e, que contemple em seu projeto pedagógico a riqueza da diversidade étnico-cultural (de matriz afro-brasileira e indígena) de nosso país que possibilitaremos aos afrodescendentes e aos povos indígenas uma melhor compreensão do seu passado, dos seus costumes, tradições, da sua história, isto é, da sua cultura.

            A existência de muitas culturas em nosso país, expressa no multiculturalismo ou no pluralismo cultural, não deve ser permitido por nós  que uma delas predomine, mas que passe a conviverem entre si, buscando sempre o “respeito e valorização das diferenças sócio-culturais”.

            Partindo deste pressuposto, precisamos, nesta “aldeia global” de culturas e tradições, para identificar aquelas que são as nossas origens, ou seja, nossas raízes, o legado esquecido da nossa história que começa com os povos indígenas, depois, com a contribuição do africano e não apenas nas heranças culturais deixadas pelos colonizadores europeus.


Professor de História da rede municipal de ensino/Mossoró - RN
           

terça-feira, 4 de janeiro de 2011

O ser humano surgiu na África ou na Ásia?



  

Genoma de antigos habitantes da Sibéria lançam luz sobre as origens do homem

Ossos de dedos encontrados em uma caverna não pertenciam nem aos neandertais, nem aos humanos modernos

Foto: Arquivo/idw-online.de
A equipe liderada por Svante Pääbo do Instituto Max Planck para Antropologia Evolucionária, sequenciou o genoma nuclear de um osso do dedo de um hominídeo extinto há pelo menos 30 mil anos 
 
 
A equipe liderada por Svante Pääbo do Instituto Max Planck para Antropologia Evolucionária, sequenciou o genoma nuclear de um osso do dedo de um hominídeo extinto há pelo menos 30 mil anos.
 
Uma equipe internacional de pesquisadores, liderada por Svante Pääbo do Instituto Max Planck para Antropologia Evolucionária, em Leipzig (Alemanha), sequenciou o genoma nuclear de um osso do dedo de um hominídeo extinto há pelo menos 30 mil anos escavado por arqueólogos no sul da Sibéria, Rússia, em 2008. A análise genética foi conduzida por uma equipe da Harvard Medical School. O sequenciamento mostrou que os habitantes da caverna não eram nem neandertais, nem seres humanos modernos.

No último ano, Svante Pääbo e seus colegas mostraram que o DNA mitocondrial do osso do dedo exibia uma sequência incomum, sugerindo que ela veio de uma forma desconhecida de hominídeo antigo. Agora, os pesquisadores desenvolveram técnicas para sequenciar o genoma do Neandertal.

Os pesquisadores descobriram que o indivíduo do sexo feminino veio de um grupo de hominídeos que compartilhavam uma origem antiga, com os neandertais, mas subsequentemente divergiu. Eles chamam este grupo de Denisovans hominídeos.

Ao contrário do homem de Neandertal, o Denisovans não contribuiu para todos os genes Eurasians de hoje. No entanto, Denisovans compartilham um elevado número de variantes genéticas com populações modernas de Papua Nova Guiné, sugerindo que houve cruzamentos entre Denisovans e os ancestrais dos melanésios.


Bence Viola, cientista do Instituto Max Planck de Antropologia Evolucionária, dsse que "o dente é simplesmente fantástico. Ela nos permite conectar a informação morfológica e genética".

Segundo Svante Pääbo, "em combinação com a sequência do genoma do Neandertal, o genoma Denisovan sugere uma imagem complexa de interações genéticas entre nossos antepassados e os diferentes grupos de hominídeo antigo".

Fonte: Isaude.net  04/01/2011