A fé surgiu como um evento único, numa etapa crucial da humanização que deu impulso evolutivo aos povos pré-históricos que a desenvolveram. A fé foi uma vantagem comparativa na competição pelos recursos escassos da pré-história. Ela criou a cooperação, favoreceu a coesão dos clãs e, principalmente, deu-lhes a noção de transcedência, de futuro e, portanto, de planejamento.
Os deuses, e bem mais tarde o Deus único do judaísmo, eram figuras máximas da autoridade. Os deuses gregos eram mesquinhos, vingativos, adúlteros e assassinos.
Nessa área, a mais revolucionária invenção antes de Cristo foi o monoteísmo, ou seja, a veneração de um único deus, sistema criado por Zoroastro, na Pérsia e adotado pelo Judaísmo.
No livro "As Religiões da Pré-História", o etnólogo francês André Leroi-Gourham mostra que as religiões tiveram todas o mesmo berço, a caverna gelada dos homens pré-históricos em plena era glacial.
Em "Declínio e Queda do Império Romano (Eduard Gibbon) defende a tese de que o cristianismo foi o fator interno determinante paa a decadência da maior potência da Antiguidade. O fator externo foram os cercos constantes das hordas bárbaras vindas do norte da Europa e da Ásia. Gibbon diz que a aceitação dos ensinamentos do cristianismo, especialmente a pregação pacifista ("ofereça a outra face"), teria amolecido as legiões romanas.
Em " A Ética Protestante e o Espírito do Capitalismo" (Max Weber) mosta como os princípios do cristianismo em sua vertente protestante nortearam a construção da potência hegemônica do mundo atual, os Estados Unidos. Segundo Weber, para se mostrarem dignos da graça divina, os capitalistas ingleses e americanos, principalmente, demostravam sua fé seguindo a ética do trabalho propugnada nos evangelhos e nas epístolas do apóstolo Paulo.
Segundo João Gabriel de Lima, Jesus Cristo além de lançar as bases morais e éticas da civilização ocidental, reiventou a fé.
Fonte: Revista Veja, nº 51, ed. 1834, ano 36 (24/01/2004).
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