A origem do conflito remonta desde o tempo colonial entre a Bolívia e o Paraguai, devido "a descoberta de petróleo no sopé dos Andes". As fronteiras coloniais, era uma questão que não estava claramente estabelecidas, o que as disputas de territórios, nem sempre fora solucionada pela negociação diplomática. Tanto a Bolívia como o Paraguai diziam ter direito a região do Chaco, assim como os interesses imperialistas das companhias petrolíferas Standard Oil e Shell.
A região do Chaco está localizada na parte central da América do Sul. O Chaco é uma região em parte árida, em outra parte coberta pela vegetação de bosques, extensiva e praticamente desspovoada. Território plano, tendo como estações uma chuvosa e outra quene-seca.
Foram feit negociações diplomáticas, que resultaram na assinatura de vários tratados ajustando as fronteiras do Chaco entre Paraguai e Bolívia. Mas, "os tratados de Quijarro-Decoud (1879), Tamyo-Acerval (1887) e Ichaso-Benitez (1894) não foram cumpridos".
O Chaco representava tanto para a Bolívia como para o Paraguai uma questão litigiosa, que daria margem a recuperar a dignidade nacional aviltada em humilhantes derrotas externas. O Paraguai vencido pela Tríplice Aliança em 1870, sofrera grandes perdas. A Bolívia, por sua vez, perdeu mais da metade do seu território, assim como todo o litoral.
O acirramento pela disputa do Chaco vai se tornar mais intenso com o descobrimento do petróleo. A Bolívia faz concessões a Standard Oil Co., em 1920, uma vez que considerava necessário possuir o território do Chaco. Da mesma forma fez o Paraguai, que cedeu concessões a uma outra companhia a Shell.
O desenvolvimento de petróleo na região do Chaco colocou o problema do escoamento da produção que só poderia ser feito via Rio Paraguai, já que a Bolívia era um estado sem acesso ao mar. Portanto, "a questão se agravava porque a Royal Dutch-Shell, concorrente da Standard, dominava regiões meridionais do Chaco e impedia a passagem da rival".
Em função dessa provocação, há uma interferência do Chile que encoraja a Bolívia a não abrir mão de suas pretensões, pois via com interesse o choque entre bolivianos e paraguaios e do outro lado a Argentina, que por sua vez estimulava o Paraguai, já que tinha grandes interesses econômicos na sociedade guarani.
A partir deste momento, tanto a Bolívia como o Paraguai, já se haviam engajado nos preparativos finais de uma guerra julgado inevitável. Os gastos militares cresceram, sendo preciso fazer empréstimos no exterior. A Bolívia tinha uma certa vantagem sobre o Paraguai, uma vez que dispunha de ampla organização militar, de abundantes recursos financeiros, de um exército mais numeroso e mais bem armado que o Paraguai.
Quando começou o confltio, os generais bolivianos cometeram um grande erro. Convocaram as tropas de elites do altiplano. Em função do ar ser rarefeito, os soldados bolivianos não se adaptaram ao clima quente do Chaco, o que possibilitou uma grande baixa nas tropas boliviana e consequentemente sua derrota.
Em 1935, a Liga das Nações criada em Buenos Aires, tendo como representantes Argentina, Chile, Uruguai, Brasil e Estados Unidos, tenta apaziguar o conflito. Mas, só em 1938, os dois países firmaram um Tratado de Paz, onde o Paraguai ficou com a maior parte do território disputado, ficando a Bolívia com parte apenas da planície do Chaco.
Na prática a vencedora foi o Paraguai, porém o petróleo paraguaio ficou sob o controle da Standard Oil Co., através de um contrato assinado com o governo paraguaio, que permitiou a tal companhia, o controle do petróleo até 2006, ano em que era encerrado o contrato, voltando o controle para o governo paraguaio.
Ao terminar a guerra, o Paraguaio e a Bolívia estavam mais dependente do capital estrangeiro, principalmente o norte-americano. O conflito terminou com "um saldo de 60 mil bolivianos e 30 mil paraguaios mortos".
Referência Bibliogáfica:
AQUINO, Rubim Santos Leão de, ett alli. História das Sociedades Americans. Rio de Janeiro: Ao Livro
Técnico, 1990.
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