"Cada um é feliz a sua maneira".
(Zé Geraldo)
(Zé Geraldo)
A ideologia e os discursos dominantes têm ao longo da história modelados o destino de pessoas e civilizações. Por isso, um sistema de dominação nos impõe códigos ordenadores dentro dos quais vivemos.
A escola, assim como a família, é uma das agências de sociabilidade mais importantes ao ser humano. Ela é o locus onde aprendemos, nos educamos e nos preparamos para a vida. Mas será que 'aprendemos' tudo o que necessitamos? Será que a escola prepara os alunos para enfrentar a vida?
Por que, ainda, existem na escola os discursos excludentes, o preconceito e a discriminação? Quero, aqui, tratar de uma questão que há bastante tempo a escola vem se negando a encarar que é a sexualidade (isto é, da homossexualidade) "uma das mais importantes e complexas dimensões da condição humana".
As direções das escolas muitas vezes fecham os olhos para não participar(em) de conflitos. O lugar (a escola) que deveria ser neutro quando o assunto é preconceito, também se revela contra pessoas de orientação sexual fora dos padrões estabelecidos, isto é, reforçando a homofobia.
Nas escola públicas, em particular, a questão da homossexualidade sofre preconceito muito acentuado. Isso se dar em todo ambiente escolar, que vai desde o aluno, passando por professores, supervisores, diretores, além do pessoal de apoio (zeladores, merendeiras, secretários etc). A escola não sabe lidar com essa questão (ou finge não saber) e muitas vezes corrobora com o preconceito.
Assim, a instituição escolar com sendo reflexo da vida cotidiana, mas também local de múltiplas transformações deveria ao menos aceitar e respeitar ao máximo as diferenças dos outros. Contudo, educadores e funcionários reagem conservadoramente, atacando a homossexualidade e aos homossexuais.
Pejorativamente, é perceptível no espaço escolar os discursos engendrados que elaboram um discurso homofóbico ao fazerem piadas preconceituosas e atitudes discriminatórias contra alunos com comportamentos homossexuais.
Em decorrência dessas práticas escolares, se faz necessário criarmos mecanismos ou práticas pedagógicas eficazes para combater tais atitudes conservadoras. Sem mudanças das mentalidades, dos discursos vazios, das práticas pedagógicas excludentes e das concepções, impulsionadas pelo discurso dominante, a escola está reforçando a prática da hostilidade e iniquidade contra pessoas homossexuais.
Isso só acontece ainda, infelizmente, porque professores trazem consigo uma definição engessada e conservadora de como jovens deveriam ser e agir. Em razão disso, as pessoas não podem ser inferiorizadas, estigmatizadas (pela família, escola e sociedade) por sua homossexualidade. Com isso, devemos nos fundamentar em atos e palavras antidiscriminação, a fim de coibir pequenos desrespeitos, exclusão, ataques violentos, além das crueldades diretas e indiretas que deformam a vida das pessoas gays.
Mesmo que, o Ministério da Educação, através dos Parâmetros Curriculares Nacionais - PCNs (1997) tenha oferecido, mesmo que timidamente, às escolas, a possibilidade de trabalhar orientação sexual; os docentes, no entanto, ainda não estão preparados para lidar com essa questão.
Na Antiguidade, a bissexualidade era socialmente aceita e o homossexual considerado. Mas, ao longo da história a homossexualidade foi sendo associada à doença, à perversão ou à criminalidade.
Hoje, em dia, a homossexualidade e a bissexualidade são consideradas desvios da norma, convencionados pelos discursos dominantes, onde as estruturas opressivas são mantidas pelo sistema legal, pelas estruturas familiares, pelas convenções sociais etc, que produzem um argumento insano, desumanizante, e, que isola as pessoas gays merecedoras de respeito, direitos e representação. Como bem observou Sarah Schulman, professora da City University of New York (CUNY) em seu brilhante texto (Homofobia familiar: uma experiência em busca de reconhecimento, editado pela Revista Bagoas, v.4, n.5, jan./jun. 2010), o homossexual quando é descartado (pela família, escola e sociedade) "(...) se transforma em alvo conveniente para a crueldade dos outros".
Em suma, nós educadores não temos o direito de excluir as pessoas por sua orientação sexual, mas, sim, de elaborarmos uma ação capaz de evitar, assim, com "alusões à anomalia, à perversão ou ao desvio" (Ceccarelli, 2010). Com isso, não podemos classificar as pessoas como "normal" ou "anormal" "a partir de sua manifestação ou inclinação sexual", enfatiza Paulo Roberto Ceccarelli, Professor do Departamento de Psicologia da PUC - MG (Homossexualidade: verdades e mitos. Revista Bagoas, EDUFRN, 2010).
Portanto, no ambiente escolar, comportamentos desviantes da norma são frequentemente reprimidos e encarados como problemas. Por consequência, temos que ter um modo singular de olhar que altere a todo momento as estruturas de poder. Assim, o respeito pelo outro deve ser construído em nosso discurso e prática, e, não com o objetivo de sua exclusão. O nosso discurso que exclui, separa e nega, instaura-se num gesto historicamente repetitivo que precisa ser avaliado, questionado e modificando; se é que pensamos evoluir.
Por Lima Júnior
Por que, ainda, existem na escola os discursos excludentes, o preconceito e a discriminação? Quero, aqui, tratar de uma questão que há bastante tempo a escola vem se negando a encarar que é a sexualidade (isto é, da homossexualidade) "uma das mais importantes e complexas dimensões da condição humana".
As direções das escolas muitas vezes fecham os olhos para não participar(em) de conflitos. O lugar (a escola) que deveria ser neutro quando o assunto é preconceito, também se revela contra pessoas de orientação sexual fora dos padrões estabelecidos, isto é, reforçando a homofobia.
Nas escola públicas, em particular, a questão da homossexualidade sofre preconceito muito acentuado. Isso se dar em todo ambiente escolar, que vai desde o aluno, passando por professores, supervisores, diretores, além do pessoal de apoio (zeladores, merendeiras, secretários etc). A escola não sabe lidar com essa questão (ou finge não saber) e muitas vezes corrobora com o preconceito.
Assim, a instituição escolar com sendo reflexo da vida cotidiana, mas também local de múltiplas transformações deveria ao menos aceitar e respeitar ao máximo as diferenças dos outros. Contudo, educadores e funcionários reagem conservadoramente, atacando a homossexualidade e aos homossexuais.
Pejorativamente, é perceptível no espaço escolar os discursos engendrados que elaboram um discurso homofóbico ao fazerem piadas preconceituosas e atitudes discriminatórias contra alunos com comportamentos homossexuais.
Em decorrência dessas práticas escolares, se faz necessário criarmos mecanismos ou práticas pedagógicas eficazes para combater tais atitudes conservadoras. Sem mudanças das mentalidades, dos discursos vazios, das práticas pedagógicas excludentes e das concepções, impulsionadas pelo discurso dominante, a escola está reforçando a prática da hostilidade e iniquidade contra pessoas homossexuais.
Isso só acontece ainda, infelizmente, porque professores trazem consigo uma definição engessada e conservadora de como jovens deveriam ser e agir. Em razão disso, as pessoas não podem ser inferiorizadas, estigmatizadas (pela família, escola e sociedade) por sua homossexualidade. Com isso, devemos nos fundamentar em atos e palavras antidiscriminação, a fim de coibir pequenos desrespeitos, exclusão, ataques violentos, além das crueldades diretas e indiretas que deformam a vida das pessoas gays.
Mesmo que, o Ministério da Educação, através dos Parâmetros Curriculares Nacionais - PCNs (1997) tenha oferecido, mesmo que timidamente, às escolas, a possibilidade de trabalhar orientação sexual; os docentes, no entanto, ainda não estão preparados para lidar com essa questão.
Na Antiguidade, a bissexualidade era socialmente aceita e o homossexual considerado. Mas, ao longo da história a homossexualidade foi sendo associada à doença, à perversão ou à criminalidade.
Hoje, em dia, a homossexualidade e a bissexualidade são consideradas desvios da norma, convencionados pelos discursos dominantes, onde as estruturas opressivas são mantidas pelo sistema legal, pelas estruturas familiares, pelas convenções sociais etc, que produzem um argumento insano, desumanizante, e, que isola as pessoas gays merecedoras de respeito, direitos e representação. Como bem observou Sarah Schulman, professora da City University of New York (CUNY) em seu brilhante texto (Homofobia familiar: uma experiência em busca de reconhecimento, editado pela Revista Bagoas, v.4, n.5, jan./jun. 2010), o homossexual quando é descartado (pela família, escola e sociedade) "(...) se transforma em alvo conveniente para a crueldade dos outros".
Em suma, nós educadores não temos o direito de excluir as pessoas por sua orientação sexual, mas, sim, de elaborarmos uma ação capaz de evitar, assim, com "alusões à anomalia, à perversão ou ao desvio" (Ceccarelli, 2010). Com isso, não podemos classificar as pessoas como "normal" ou "anormal" "a partir de sua manifestação ou inclinação sexual", enfatiza Paulo Roberto Ceccarelli, Professor do Departamento de Psicologia da PUC - MG (Homossexualidade: verdades e mitos. Revista Bagoas, EDUFRN, 2010).
Portanto, no ambiente escolar, comportamentos desviantes da norma são frequentemente reprimidos e encarados como problemas. Por consequência, temos que ter um modo singular de olhar que altere a todo momento as estruturas de poder. Assim, o respeito pelo outro deve ser construído em nosso discurso e prática, e, não com o objetivo de sua exclusão. O nosso discurso que exclui, separa e nega, instaura-se num gesto historicamente repetitivo que precisa ser avaliado, questionado e modificando; se é que pensamos evoluir.
Por Lima Júnior
Caro Júnior, o que está retratado no texto é muito verdadeiro e representa a realidade nua e crua de nosso sistema educacional em vigência. Um sistema onde a metalidade provinciana ainda reina sobre a luz do conhecimento. Infelismente ainda temos que nos deparar com comprtamentos iguais aos citados no texto, pois em vez de evluirmos no pluralismo de ideias e ações, estamos enverredando por caminhos mais obscuros do que os trilhados na Idade Média. Reflexões como essas não devem ficar apenas em um blog; preciasam acima de tudo ser instigadas dentro das escolas a fim de que esse paradigma seja rompido, e que realmente possamos nos projetar para um futuro mais humanizador nas relações sociais, políticas, econômicas, religiosas e conceituais.
ResponderExcluirContunue sempre expondo o seu ponto de vista, mais traga-o ao local onde a sua prática pedagógica ocorre para que assim possa contribuir para uma sociedade mais justa e democrática não só de direito mais de fato para todos.