Marianela Costa Figueiredo Ferreira C. Rodrigues Dáqua
A sociedade em crise busca, hoje, nos espaços educativos, a possibilidade de formação de indivíduos com uma nova mentalidade, que enxerguem novas pistas que conduzam à superação dos dilemas sociais e à construção de uma nova forma de gerenciar os recursos naturais e históricos da humanidade; uma forma mais adequada socialmente, menos predatória, e mais solidária nas relações entre os indivíduos e com o planeta.
Nessa perspectiva, o currículo escolar busca as suas fontes de inspiração no saber e nas necessidades do contexto social. É função da escola, hoje, entre outras, apresentar ao aluno, com os instrumentos de cada disciplina, as possibilidades de leitura das dimensões do todo, integrando-as interdisciplinarmente, para uma visão de complexidade da realidade. A necessária superação da visão fragmentada de conhecimento pode viabilizar-se no currículo, integrando as disciplinas para a compreensão da realidade em suas dimensões. O sistema, o todo, é mais do que a soma das partes, pois emergem características não contidas nas partes isoladamente; a visão sistêmica passa a ser o "que rejunta o todo e impulsiona a razão aberta, pois conhecer é sempre rejuntar uma informação a seu contexto e ao conjunto ao qual pertence" MORIN (1989, p. 33).
Ética e cidadania, trabalho e consumo, desigualdades sociais, educação sexual, educação para a saúde, educação ambiental, informática, tecnologias são realidades do mundo atual, entre outras, que a escola deve trabalhar, de forma integrada e interdisciplinar, como ponto de partida para a compreensão da complexidade dos fenômenos sociais em suas contradições. O seu tratamento no currículo pode viabilizar um novo rosto aos conteúdos escolares, tendo em vista a formação para a cidadania.
No exercício da função social da escola, cabe a construção de um projeto político-pedagógico, expresso no desenvolvimento de um currículo que ajude a compreender a complexidade dos fenômenos da realidade, articulando-os ao todo social de que faz parte. A trajetória de transformação da escola historicamente conservadora e racional para uma escola reflexiva e emancipadora (ALARCÃO, 2001) é um processo de mudança continuado, em construção, em conflito permanente com a ordem vigente. Exige esforço contínuo, racional, ético, coletivo e solidário; uma demonstração de que a prática pedagógica é, também, um campo aberto à formação e (re)construção da cidadania.
No desenvolvimento do currículo, formar alunos reflexivos implica em uma prática docente reflexiva, de que as instituições escolares são também responsáveis, pois a construção do projeto político-pedagógico das escolas exige uma permanente avaliação e formação.
Conquistas inegáveis na trajetória humana, em que a tecnologia esteve presente, contribuíram para o processo de globalização: desde a época das estradas terrestres que, no império romano, facilitaram as trocas comerciais, das estradas marítimas que modificaram o conceito de mundo de então, ao final da Idade Média, passando pelas estradas do ar que encurtam distâncias e tempo, até as estradas da informação que, hoje, se intercruzam planetariamente, de forma virtual. Importa, nesse contexto, que o gestor de processos educativos, em cada âmbito escolar, oportunize o preenchimento do vazio existente nas fronteiras disciplinares, com a problematização das condições de desigualdade de vida e de acesso ao conhecimento. Contingentes populacionais espalhados pelo planeta Terra, em que o Brasil se inclui, não usufruem do conhecimento, nem compartilham de direitos iguais no acesso a bens materiais e espirituais. Trata-se, pois, de uma questão de natureza ética e sociológica, não apenas epistemológica ou tecnológica. Trata-se, sim, para os homens e para as mulheres, de uma questão de formação para a cidadania, numa busca da sua própria humanidade.
Nessa perspectiva, o currículo escolar busca as suas fontes de inspiração no saber e nas necessidades do contexto social. É função da escola, hoje, entre outras, apresentar ao aluno, com os instrumentos de cada disciplina, as possibilidades de leitura das dimensões do todo, integrando-as interdisciplinarmente, para uma visão de complexidade da realidade. A necessária superação da visão fragmentada de conhecimento pode viabilizar-se no currículo, integrando as disciplinas para a compreensão da realidade em suas dimensões. O sistema, o todo, é mais do que a soma das partes, pois emergem características não contidas nas partes isoladamente; a visão sistêmica passa a ser o "que rejunta o todo e impulsiona a razão aberta, pois conhecer é sempre rejuntar uma informação a seu contexto e ao conjunto ao qual pertence" MORIN (1989, p. 33).
Ética e cidadania, trabalho e consumo, desigualdades sociais, educação sexual, educação para a saúde, educação ambiental, informática, tecnologias são realidades do mundo atual, entre outras, que a escola deve trabalhar, de forma integrada e interdisciplinar, como ponto de partida para a compreensão da complexidade dos fenômenos sociais em suas contradições. O seu tratamento no currículo pode viabilizar um novo rosto aos conteúdos escolares, tendo em vista a formação para a cidadania.
No exercício da função social da escola, cabe a construção de um projeto político-pedagógico, expresso no desenvolvimento de um currículo que ajude a compreender a complexidade dos fenômenos da realidade, articulando-os ao todo social de que faz parte. A trajetória de transformação da escola historicamente conservadora e racional para uma escola reflexiva e emancipadora (ALARCÃO, 2001) é um processo de mudança continuado, em construção, em conflito permanente com a ordem vigente. Exige esforço contínuo, racional, ético, coletivo e solidário; uma demonstração de que a prática pedagógica é, também, um campo aberto à formação e (re)construção da cidadania.
No desenvolvimento do currículo, formar alunos reflexivos implica em uma prática docente reflexiva, de que as instituições escolares são também responsáveis, pois a construção do projeto político-pedagógico das escolas exige uma permanente avaliação e formação.
"Outro fator intervém a despeito das novas tecnologias, da modernização dos currículos, da renovação das idéias pedagógicas, o trabalho dos professores evolui lentamente porque depende pouco do progresso técnico, porque a relação educativa obedece a uma trama bastante estável e porque as condições de trabalho e sua cultura profissional instalam os professores em rotinas. É por isso que a evolução dos problemas e dos contextos sociais não se traduz 'ipso facto' por uma evolução de práticas pedagógicas". PERRENOUD (1999, p. 12).
Um professor reflexivo trabalha com e sobre o pensar da e na prática pedagógica, em processo continuamente repensado e reconstruído. Ao profissional de educação, é necessário dar-se tempo e oportunidade de familiarização com os eixos de uma renovação curricular e com as novas tecnologias educativas; possibilitar-lhe condições de reflexão sobre o tipo de educação e de currículo a ser desenvolvido, em função universo social de alunos e professores. Sempre que pensamos criticamente nossa ação educativa, entramos também no domínio da ética, além do domínio das dimensões da ciência, da técnica e da política. Questionamentos poderão ser levantados: "por que trabalhamos a nossa prática pedagógica desta ou daquela maneira?", "Por que trabalhar novos eixos paradigmáticos?", "Em que medida esses eixos instigam a uma prática pedagógica inclusiva?", "Por que trabalhar a complexidade de fenômenos sociais no desenvolvimento do currículo?". Essa reflexão no coletivo da escola pode fazer a diferença em relação a possibilidades de educar para um novo modo de pensar, de construir e de acessar conhecimento numa sociedade tecnológica.Conquistas inegáveis na trajetória humana, em que a tecnologia esteve presente, contribuíram para o processo de globalização: desde a época das estradas terrestres que, no império romano, facilitaram as trocas comerciais, das estradas marítimas que modificaram o conceito de mundo de então, ao final da Idade Média, passando pelas estradas do ar que encurtam distâncias e tempo, até as estradas da informação que, hoje, se intercruzam planetariamente, de forma virtual. Importa, nesse contexto, que o gestor de processos educativos, em cada âmbito escolar, oportunize o preenchimento do vazio existente nas fronteiras disciplinares, com a problematização das condições de desigualdade de vida e de acesso ao conhecimento. Contingentes populacionais espalhados pelo planeta Terra, em que o Brasil se inclui, não usufruem do conhecimento, nem compartilham de direitos iguais no acesso a bens materiais e espirituais. Trata-se, pois, de uma questão de natureza ética e sociológica, não apenas epistemológica ou tecnológica. Trata-se, sim, para os homens e para as mulheres, de uma questão de formação para a cidadania, numa busca da sua própria humanidade.
Referências:
ALARCÃO, Isabel. Escola reflexiva e nova racionalidade. Porto Alegre: Artmed, 2001
MORIN, Edgar. Problemas de uma epistemologia complexa. In O Problema Epistemológico da Complexidade. Portugal: Publicações Europa-América. 1989
PERRENOUD, Philippe. Formar professores em contextos sociais de mudança - prática reflexiva e participação crítica. Trabalho apresentado na XXII Reunião Anual da ANPEd, Caxambu, setembro 1999.
Postado Prof. Mauro Marciel (10/04/2010).
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