Entre as palavras e as ações há um longo caminho, mas sempre pode existir alguém disposto a percorrê-lo.
Sarah Palin, candidata republicana a vice-presidente e musa do ultra-conservador Tea Party, dizia que a deputada democrata Gabrielle Giffords era um dos "alvos a serem abatidos" na política norte-americana.
Tratava-se de uma metáfora, mas um atirador em Arizona, a levou ao pé da letra. A tentativa de abater o alvo, uma das vozes contra a política hostil aos imigrantes, resultou em seis mortes em janeiro último, na cidade de Tucson.
Não há hoje quem não tema as possíveis consequências políticas de uma Europa economicamente em frangalhos -a lembrança da mistura depressão-fascismo do século XX ainda é suficientemente viva para suscitar este temor. Mas parece não ser o bastante para afastar a xenofobia, agora focada na repulsa ao Islã e a imigrantes que vem da África e Ásia.
A recente era da globalização só funcionou enquanto serviu como uma segunda colonização.
Os países periféricos foram instados a abrir seus mercados, homogeneizar suas normas, privatizar e internacionalizar suas empresas estratégicas, criando mercados alternativos ao já saturados no hemisfério norte.
Mas o mundo tornou-se global apenas em uma direção, pois as fronteiras voltaram a se fechar de forma ainda mais vigorosa, com a construção de grandes muros e o recrudescimento das leis de imigração - imigração esta que em outros tempos supriu com mão de obra barata, serviços que nacionais se recusavam a cumprir.
Pouco se pode fazer, é verdade, para impedir de todo ações repentinas de vingadores que se sentem representantes de uma nova cruzada, propondo salvar o mundo com toscas visões.
Mas estimular o discurso do ódio certamente não é uma delas.
O alarmismo com a fé diversa, o maltrato com o forasteiro e o diferente, o apego extremado a valores moralistas, são o caldo de cultura próprio para gerar ações excludentes, que tanto podem reverter em atentados quanto desembocar em políticas de Estado. Afinal, o que pode ser mais terrorista que o Holocausto?
Se a história se repete, como profetizava Marx, o receio é que nos abata mais uma vez como tragédia. Parafraseando Martin Luther King, parece ser o caso de nos preocuparmos tanto com o silêncio dos bons, quanto com o grito dos maus, este cada vez mais ensurdecedor.
O Brasil não vive o momento depressivo que se espalha pela Europa e Estados Unidos, fruto dos desvarios neoliberais, que maximizaram os mercados e o lucro e minimizaram as regulações.”
A sociedade do século XXI ainda tem de uma visão etnocêntrica, característica de quem só reconhece a legitimidade e validade das normas e valores vigentes na sua própria cultura ou sociedade. Tem sua origem na tendência de julgarmos as realidades culturais de outros povos a partir dos nossos padrões culturais. Pelo que não é de admirar que consideremos o nosso modo de vida como preferível e superior a todos os outros.
Os valores da sociedade a que pertencemos em muitos momentos são declarados como valores universalizáveis aplicados a todos os homens, ou seja, dada a sua “superioridade” tal modelo deve ser seguido por todas as outras sociedades. Adaptando está perspectiva não é de estranhar que alguns povos tendem a intitularem-se os únicos com legítimos e verdadeiros representantes da espécie humana.
O que é Etnocentrismo? É a forma que colocamos o nosso eu, como referência e anulamos ou rebaixamos a opinião do outro. Um bom exemplo de etnocentrismo é o que fazemos como os Índios, os chamando de preguiçosos, cultura inferior e ultrapassada. Outro exemplo é quando os nossos jornais ocidentais os quais referem aos movimentos radicais islâmicos como grupos de “fanáticos” e “antidemocráticos”.
Em suma, podemos confirmar que tal análise e totalmente etnocêntrica, uma vez que não levam em consideração que a “democracia” não é um “bem universal”; e que os estados islâmicos têm uma forma muito especial de diferenciar a relação entre religião e política, que não pode ser descrita como “fanática” só por que é diferente da nossa realidade. Isso acontece porque a nossa mídia julga esses movimentos religiosos da mesma forma que julgaria se eles fossem “cristãos” e estivessem ocorrendo aqui.
O etnocentrismo existe na medida em que transpomos os nossos conceitos para outros contextos sociais, culturais e pessoais que não vivenciamos.
A principal consequência do etnocentrismo é a intolerância, já que uma pessoa etnocêntrica é incapaz de aceitar e entender as ideias e os costumes alheios; não observando a realidade a partir da perspectiva do outro, mas da sua própria.
O conceito etnocêntrico está envolvido com a grande estranheza que se dá no encontro do grupo “eu” e o grupo do “outro” que utilizam como referências e características algo como exótico, excêntrico, anormal, exuberante e primitivo. Iniciando a formação de preconceitos, manipulações ideológicas, julgamentos precipitados e sérias distorções culturais, comportamentais e educacionais.
Entretanto podemos perceber traços etnocêntricos na construção do conhecimento da trajetória dos ameríndios na nossa “civilização ocidental”, pois jamais lhe era dado o direito e o dever de falar de si próprio, sendo sempre mal interpretado e estereotipado em filmes e livros didáticos, ora como bravos, ora como mansos, ora como preguiçosos, ora incapazes, ora como bobos e nunca ser pensantes, inteligentes, dotados de cultura, tradições e costumes.
Os perigos da atitude etnocêntrica se fixa na negação da diversidade cultura humana (como se uma só cor fosse preferível ao arco-íris) e, sobretudo os crimes, massacres e extermínios que a conjugação dessa atitude ilegítima com as ambições econômicas provocaram ao longo da história.
Depois da segunda guerra mundial e do extermínio de milhões de indivíduos e povos, a antropologia promove uma abertura da mentalidade, passando a seguinte mensagem: em todas as culturas encontramos valores positivos e negativos, se certas normas e práticas nos parecem absurdas devemos procurar o seu sentido integrando a totalidade cultura, o conhecimento metódico e descomplexado de culturas diferentes da nossa permitiu compreendemos o que há de arbitrário em alguns dos nossos costumes, tornando legítimo optar, por exemplo, por orientação religiosa não só daquela em que fomos educados, buscando questionar determinados valores vigentes respeito o outro, construindo nossos critérios de valores das relações sociais, com a natureza, etc.
A defesa legítima da diversidade cultural conduziu, contudo muitos antropólogos atuais a enxergarem a diversidade das culturas e das sociedades. No prisma da análise podemos concluir que não existe valores universais ou normas de comportamentos válidas independentemente do tempo e do espaço.
No Brasil não sabemos se vivemos ou tentamos sobreviver. Viver é enfrentar as múltiplas diversidades da vida; viver é ser livre mesmo quando todo mundo quer cuidar de nós.
É ficar quieto e permanecer calado perante a sociedade que construí normas e padrões de vida.
Muitos têm interesse em saber da nossa história. Dizem que estamos desligados e que mesmo assim eles sempre iram nós socorrer e até pedem para que tenhamos muito cuidado, pois viver neste mundo é muito perigoso e não devemos sair de casa.
Mas nós não devemos temer as construções sociais e as falsas realidades construídas pelas as grandes instituições de nosso planeta. Onde está o povo deste país?
Viver é um hábito de cada um, não importa se eles querem que sejamos de uma forma, pois nós queremos é sair deste mundo de corrupção e de desigualdade entre os homens que na constituição tem direitos iguais.
Meu Deus cadê a nação? Que país é este?
Aqui não têm responsáveis, não tem igualdade, não tem um verdadeiro representante do povo. Mas em contra ponto temos pessoas responsáveis pela corrupção, pelo abuso de poder e pelo autoritarismo que tornou algo natural na sociedade atual.
Somos quem podemos ser? Pra ser sincero é visível que não somos seres humanos; hoje nós somos números, cartões, dinheiro e rótulos.
Todos querem cuidar de nós, mais nós queremos caí e assim poder ver com clareza a verdade disfarçada em meio à ideias pragmáticas que foram construídas ao longo dos séculos e da história da humanidade.
Muitos vão dizer que estamos errados e que viver é muito perigo, eles vão perguntar se levamos muitas pancadas e sempre terá um no poder que construirá um teatro para ouvir nossos problemas e assim promovendo uma falsa ajuda.
Porém, tais poderosos devem ficar ciente que nós não estamos tristes e sim revoltados com a mídia, com os governantes e queremos deixar claro que temos a nossa própria vontade, pois vivemos em um país que se diz democrata.
Na sociedade atual não podemos querer ser, devemos praticar o dever de ser personagem em uma sociedade que se diz democrática, mas pratica o voto obrigatório.
Um país que na constituição afirma direito igual para todos os cidadãos, mas vamos analisar a realidade de cada individuo, partindo da sua própria realidade.
“Ao revés, vive anos de crescimento que resultaram em inesperada mobilidade social, mas isto também é motivo para cautela.
À incorporação de direitos civis a grupos minoritários, como homossexuais, instaurou-se uma brigada da moral, com forte apelo religioso. À incorporação ao mercado consumidor de uma classe emergente, recém-saída da linha de pobreza, levantou-se reação de quem se sente invadido em espaços até então exclusivos, entre faixas de automóveis e assentos de aviões. Ao pujante crescimento do Nordeste, esboça-se uma xenofobia de cunho separatista.
Aqui, como na Europa, devemos temer, sobretudo, aos que se propõe a nos higienizar ou recuperar valores tradicionais, que apenas remontam a mais exclusão.
O antídoto ao fascismo é o exercício da democracia e a preservação da dignidade humana como vetor de políticas sociais.”(Marcelo Semer, 2011)
Na aurora da construção social devemos romper com as normas e finalmente tornamos personagens que não mais serão vistos como figurantes, mas como protagonistas que buscaram tornar a sociedade mais igualitária.
Portanto busco a voz de todos os revolucionários para gritarmos não contra a imposição social, vamos romper com o sistema que nos sufoca e cria falsas realidades; vamos cantar como os galos em um só coral pela manhã e morrer em meio á guerra, mas, no entanto provar que somos pessoas e não peças do sistema.
”Só se abate o preconceito acreditando na igualdade”.
Sobre a obra ”Só se abate o preconceito acreditando na igualdade.”
Fonte: www.overmundo.com.br