quarta-feira, 13 de abril de 2011


AO MESTRE COM CARINHO...

 Luiz Vitorino Filho, o "Garotinho"

            Atrás de muitos rostos juvenis “esconde-se uma história pedindo para ser contada”.
            Apesar do tempo (ainda não conhece os efeitos da idade) e caminhando para o encerramento (aposentadoria) da atividade profissional, Luiz Vitorino Filho (um catador de sonhos e talentos...) então encara a tarefa que, no começo, se revelou difícil como algo  prazeroso, que lhe traz alegria, que lhe agrada.
            Descobri então o motivo pelo qual “Garotinho” exalt tanto a vida, como é carinhosamente chamado, que é o prazer de ensinar.
            Há uma expressão naquele olhar, mesmo cansado depois de um longo dia de exaustivo trabalho (exposto ao sol causticante, à falta de estrutura adequada: quadra, campo etc) não se encontra desanimado.
            Em silêncio, o mestre Luiz é contemplativo, busca na liturgia dos Textos Sagrados (é comum, aos bons observadores, vê-lo lendo artigos e mensagens sobre a cristandade) removerem bem os entulhos do pensamento.
            Durante suas aulas o que se vê é a celebração da coletividade triunfante, partilhando com seus pupilos essa felicidade enfim descoberta.
            Quando é possível (por que a pressa da vida diária nos impede de termos um contato com mais frequência) uma boa prosa, ele, atento aos reclames do cotidiano, acalenta um projeto de viver juntos, onde todos compartilhem um mundo mais humano, fraterno e ético.
            Diante desse homem, esconde-se um ‘garoto’ com um olhar súplice, que não perde a oportunidade de ensinar uma lição preciosa: transmitir um ensinamento pintado com cores alegres.
            Ao longo do dia, os meninos entusiasmados esperam pela atividade esportiva, muito necessária ao desenvolvimento cognitivo e motor do(a) aluno(a), mas do viver em grupo, do aprender se relacionar com o outro. Em Luiz não é possível encontrar um educador relapso e de ar insolente (nem tão pouco arrogante, orgulhoso, impertinente e nem procede de maneira ofensiva).
            Nas segundas, quartas e sextas-feiras divido com o Luiz no espaço físico da escola, quando é destinado a nós o horário para o almoço (professor também é boia-fria...). Ai, normalmente, isto oportunizará uma reflexão sobre a dimensão filosófica da condição humana, do imaginário cotidiano, o que possibilita um alargamento do horizonte cultural das pessoas.
            Garotinho é adepto da “pedagogia do afeto”. Está aqui, para quem quiser ver. Com todos os detalhes.
            Não é surpresa, portanto, quando se percebe que sua prática educativa se fundamenta em benefício de uma vida mais livre, mais descontraída.


Por Lima Júnior...

Do Quintal da Minha Esperança, 13 de abril de 2011.

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