domingo, 6 de fevereiro de 2011

A EDUCAÇÃO COMO UM CAMPO DE POSSIBILIDADES II



            Apesar de incompleto, temos que acreditar na educação como um campo de possibilidades, privilegiando o ser em si, o devir nos valores humanos, a  importância central da intenção e as chances que o homem ainda possui para se construir.

            É por meio de uma educação participativa que a curiosidade que impulsiona o conhecimento transporta e alimenta a ilusão que ressalta a vida pelo aflorar dos instintos, dos desejos e dos sonhos; contrariamente a ignorância que escraviza e destrói, aliena e estimula o  preconceito, a discriminação, a mentira em detrimento da verdade, além de relegar o conhecimento a um plano insignificante.

            Enquanto educador perscruto o horizonte, o infinito e o do alto da montanha, meu olhar sobre o mundo (o que está a minha volta; a realidade), vejo a humanidade sem rumo se debater. Porém, reconheço o valor dos resultados das ciências, mas que devemos nos afastar das inverdades, das superstições, dos preconceitos, da religião imposta e desumana, do egoísmo, da falta de liberdade, de humanidade.

            Afinal, o que tenho como propósito é fazer as pessoas sentir suas próprias almas, ter coragem de vencer-se a si mesmos, suas angústias, sua mesquinhez, de se superar, de romper com o “velho”, está aberta para o “novo”, de se transformar em sujeitos críticos e conscientes. Como bem pensou Nietzsche, temos que “respirar outros ares... voar mais alto, para o alto, acima do bem e do mal”.

            Entre caminhos e descaminhos trilhados no decurso dos séculos, apesar dos percalços, em busca do conhecimento, por teorias e correntes (de pensamentos), influenciadas geralmente por crendices, preconceitos, atos indevidos e absurdos, religiões (religado a um eventual sobrenatural) e atavismos diversificados não podemos deixar de acreditar no ato de educar; de ministrar educação, cultivar a inteligência, instruir-se.

            Porém, esse  não é o saber humano  (que nega a criticidade) que constrói o conhecimento, que edifica o mundo dos espíritos livres. Nem tão pouco, possibilita aos indivíduos refletir sobre a realidade em que vivem e reconheçam a sua responsabilidade na construção de uma sociedade mais justa e solidária.

Por José Lima Dias Júnior


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