Cientistas descobrem
como os egípcios moveram pedras gigantes para formar as pirâmides
Por: Andrew Tarantola
1 de maio de 2014 às
11:38 859030
Uma civilização antiga,
sem a ajuda de tecnologia moderna, conseguiu mover pedras de 2,5 toneladas para
compor suas famosas pirâmides. Mas como? A pergunta aflige egiptólogos e
engenheiros mecânicos há séculos. Mas agora, uma equipe da Universidade de Amsterdã
acredita ter descoberto o segredo – e a solução estava na nossa cara o tempo
todo.
Tudo se resume ao
atrito. Os antigos egípcios transportavam sua carga rochosa através das areias
do deserto: dezenas de escravos colocavam as pedras em grandes “trenós”, e as
transportavam até o local de construção. Na verdade, os trenós eram basicamente
grandes superfícies planas com bordas viradas para cima.
Quando você tenta puxar
um trenó desses com uma carga de 2,5 toneladas, ele tende a afundar na areia à
frente dele, criando uma elevação que precisa ser removida regularmente antes
que possa se tornar um obstáculo ainda maior.
A areia molhada, no
entanto, não faz isso. Em areia com a quantidade certa de umidade, formam-se
pontes capilares – microgotas de água que fazem os grãos de areia se ligarem
uns aos outros -, o que dobra a rigidez relativa do material. Isso impede que a
areia forme elevações na frente do trenó, e reduz pela metade a força
necessária para arrastar o trenó. Pela metade.
Ou seja, o truque é molhar a areia à frente do
trenó. Como explica o comunicado à imprensa da Universidade de Amsterdã:
Os físicos colocaram,
em uma bandeja de areia, uma versão de laboratório do trenó egípcio. Eles
determinaram tanto a força de tração necessária e a rigidez da areia como uma
função da quantidade de água na areia. Para determinar a rigidez, eles usaram
um reômetro, que mostra quanta força é necessária para deformar um certo volume
de areia.
Os experimentos
revelaram que a força de tração exigida diminui proporcionalmente com a rigidez
da areia… Um trenó desliza muito mais facilmente sobre a areia firme [e úmida]
do deserto, simplesmente porque a areia não se acumula na frente do trenó, como
faz no caso da areia seca.
Estas experiências
servem para confirmar o que os egípcios claramente já sabiam, e o que nós
provavelmente já deveríamos saber. Imagens dentro do túmulo de Djehutihotep,
descoberto na Era Vitoriana, descrevem uma cena de escravos transportando uma
estátua colossal do governante do Império Médio; e nela, há um homem na frente
do trenó derramando líquido na areia. Você pode vê-lo na imagem acima, à
direita do pé da estátua.
Agora podemos
finalmente declarar o fim desta caçada científica. O estudo foi publicado na
Physical Review Letters. [Universidade de Amsterdã via Phys.org via Gizmodo en
Español]
Imagens por
wmedien/Shutterstock; Al-Ahram Weekly, 5-11 de agosto de 2004, edição 702;
Universidade de Amsterdã.
Fonte: http://gizmodo.uol.com.br/estudo-egipcios-piramides/