quinta-feira, 22 de novembro de 2012

Sociedades Secretas — Os Illuminati: Senhores do Mundo



Apesar do nome, a entidade é considerada a mais sinistra organização secreta que já existiu. Agindo nas sombras, seus membros tinham um objetivo maior: a destruição da Igreja Católica

Por Rose Mercatelli



Quando a maçonaria moderna ressurgiu entre o fim do século 17 e início do século 18, logo encontrou um campo fértil entre a intelectualidade europeia. A partir daí, inúmeras sociedades começaram a aparecer e se transformar em um canal que permitia a seus membros, professores, juristas, teólogos, filósofos, cientistas, escritores - entre outros! - questionarem as instituições políticas e religiosas vigentes na época.
Entre essas sociedades, algumas ficaram conhecidas pela aura de misticismo e mistério que as envolviam. Entre todas as que mais se notabilizou pelo seu lado obscuro foi a Illuminati da Baviera.
Confusão geral

Durante alguns séculos, o termo Illuminati (do latim, os iluminados) foi usado por diversos grupos, alguns reais, outros nem tanto. A maioria deles, inclusive, estava em conflito com as autoridades políticas e religiosas de seu tempo. As teorias dessas associações, todas se autodenominando "iluminadas", eram contraditórias, o que acabou gerando uma confusão enorme para os historiadores diferenciarem umas das outras.
No século 14, por exemplo, a expressão serviu para nomear uma fraternidade conhecida como os Irmãos do Livre Espírito, um movimento leigo cristão que floresceu no norte da Europa. A fraternidade pregava a pobreza, mas no sentido de purificar o homem do pecado e ressuscitar Cristo nele e não de se desfazer dos bens materiais.
No século 15, o título foi usado também por entusiastas das ideias ditas "iluministas". Esses pensadores acreditavam que a luz, ou seja, o conhecimento espiritual e psíquico, era o resultado não de uma fonte autorizada - escolas, professores, mentores, filósofos, pensadores, teólogos, entre outros -, mas, sim de uma revelação interna e secreta, gerada por um estado alterado de consciência. De acordo com alguns estudiosos, algumas seitas usavam o haxixe para a expansão da consciência.
Hoje, porém, o termo é usado para designar principalmente aos Illuminati da Baviera, uma sociedade secreta criada na Alemanha, no ano fim do século 18.


Um jovem gênio


Adam Weishaupt, professor de Direito Canônico na Universidade de Ingolstadt, famoso por funda a "Ordem dos Perfeitos" mais conhecida como Illuminati.

Fundada por Adam Weishaupt, professor de Direito Canônico da Universidade de Ingolstadt, na Baviera, a sociedade, primeiramente, recebeu o nome pomposo de Antigos Visionários Iluminados da Baviera. As teorias e preceitos da fraternidade foram um reflexo de todo o conhecimento filosófico, espiritual e místico adquiridos por Weishaupt desde os cinco anos de idade, quando passou a morar com o avô, o barão de Ickstatt. Por influência dele, foi estudar com jesuítas, entre os quais ficou famoso por sua inteligência e capacidade de memória.
Weishaupt nasceu em 1748, época em que as ideias iluministas dominavam as mentes mais brilhantes da Europa. E foi na biblioteca do avô que o jovem tomou contato pela primeira vez com os filósofos dessa linha de pensamento. As visões do mundo propostas por esses pensadores o levaram a "descobrir" a maçonaria francesa.
Seu enorme interesse o levou a Paris, onde conheceu Maximilien Robespierre, um dos idealizadores da Revolução Francesa, nome dado a um conjunto de acontecimentos que ocorreram entre 5 de maio de 1789 e 9 de novembro de 1799 e que alteraram profundamente o quadro político e social da França.
Depois de se formar advogado, Robespierre ganhou fama ao defender os pobres contra as arbitrariedades da justiça da corte francesa. Por sua austeridade e dedicação, passou a ser chamado de "o incorruptível".
Outra influência sobre Adam Weishaupt foi o de um místico dinamarquês chamado Kolmer que o introduziu nos mistérios esotéricos do Antigo Egito. Weishaupt sempre demonstrou uma queda por rituais pagãos e, ainda por cima, se encantou pelo maniqueísmo, religião fundada pelo profeta Mani da Pérsia, atual Irã, cujo dogma se baseia na guerra entre a luz e a escuridão (Deus e o Diabo) que estão em constante disputa para reclamar a alma das pessoas. Quando os jesuítas souberam das atividades heterodoxas de seu pupilo Weishaupt, acabaram por expulsá-lo da escola onde ele estudava.

Maximilien de Robespierre, advogado e político inglês.


Seita elitista

Ele, então, saiu à procura de uma fraternidade que abarcasse os princípios de disciplina mental criado pelo jesuíta santo Inácio de Loyola com os conhecimentos da maçonaria junto a ideias do misticismo islâmico. Como não encontrou nenhuma, resolveu fundar a sua sociedade secreta em maio de 1776.
Segundo a pesquisadora americana Sylvia Browne, autora de As Sociedades Secretas Mais Perversas da História, Weishaupt decidiu formar um corpo de conspiradores para libertar o mundo da "dominação jesuíta da Igreja em Roma, trazendo de volta a pura fé dos mártires cristãos". Alguns autores, como Sylvia, relatam que o primeiro nome do grupo foi, na verdade, Sociedade dos Mais Perfeitos, que mudou para Illuminati, ou os intelectualmente inspirados.
Os cinco primeiros membros da fraternidade foram escolhidos entre os alunos da Universidade de Ingolstadt, onde ele ensinava Direito Canônico. Weishauspt não desejava presidir uma organização numerosa, mas poderosa. Por isso, só aceitava pessoas com uma boa situação social e econômica.
Seus pupilos tinham de jurar obediência à organização, que se dividia em três categorias. O Berçário, para iniciantes, incluía os níveis Preparação e Noviço, Minerval e Illuminatus Menor. Na fase intermediária encontravam-se os níveis Maçonaria, com os graus Illuminatus Major e Illuminatus Dirigens. Já o alto escalão, o Ministério, englobava os graus Presbítero, Regente, Magus e Rex, o ponto mais alto da sociedade.

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quinta-feira, 15 de novembro de 2012

 A origem do Partido Comunista em Mossoró


Os relatos históricos dizem que foi a professora Celina Viana quem, sem nenhuma intenção, iniciou os meninos da família Reginaldo (Raimundo, Lauro, Glicério, Antonio, Amélia e Jonas) na leitura da doutrina marxista.


A professora Celina, penalizada com a situação dos meninos, que não tinham condições financeiras para comprar livros, os presenteou com a obra de Marx e Engels. Livros que o seu marido, o professor Eliseu Viana, tinha adquirido, mas não tinha se interessado em ficar com eles. Eliseu, um conservador, não se interessou por aquelas idéais revolucionárias.

O objetivo do presente, segundo os relatos, era treina-los na arte da leitura e da escrita e não despertá-los para as lutas revolucionárias. A professora Celina Viana não imaginava que aquele seu ato iria mudar a vida daquela família, transformando-a em importante núcleo de militantes comunistas, ao ponto de um dos seus membros, Lauro Reginaldo, vim ocupar, a nível nacional, o secretariado geral do partido.

Os irmãos Reginaldo foram pioneiros na organização política da classe operária mossoroense, primeiro através da Liga Artística Operária e depois através do Partido Comunista. São os comunistas que vão conduzir a organicidade dos trabalhadores das salinas, criando o famoso Sindicato do Garrancho, como também dos camponeses, já que a maioria desses homens trabalhavam seis meses nas salinas e seis messes na agricultura, equivalentes ao período chuvoso (agricultura) e estiagem (salina).

É junto aos trabalhadores das salinas que os Reginaldos vão encontrar um terreno fértil para disseminar as idéais marxista-leninistas. Idéais intérpretes da realidade econômica e social do mundo, que expõe de forma clara e objetiva as causas da pobreza, da fome e da miséria e, dando rumo à luta do proletariado.

Segundo depoimento de Lauro Reginaldo da Rocha (registrado no livro Bangu: memórias de um militante – organizado pela professora Brasília Carlos Ferreira e publicado pela Ufrn-1992) o seu irmão mais velho, Raimundo Reginaldo, que era professor, foi pioneiro na defesa das idéias marxista-leninistas em Mossoró e incentivou os seus irmãos a organizarem os primeiros núcleos do partido da classe operária em terras nordestinas. Ainda segundo esse depoimento, na revolução de 1935 o professor Raimundo Reginaldo lutou de arma na mão nas ruas de Natal, ao lado de sua filha Amélia Reginaldo, de apenas 16 anos de idade. Ele libertou todos os presos da Cadeia Pública de Natal. E, após a tomada do poder, distribuiu fartamente gêneros alimentícios à população necessitada, em nome do Governo Revolucionário.

O Partido Comunista é criado no Brasil no dia 25 de março de 1922 e em Mossoró em 1928. Muito antes de 1922 os Reginaldos já propagandeavam as ideias marxistas, depois de 1917, a Revolução Soviética passou a ser exemplo para o proletariado de todo o mundo e a Internacional passou a ser hino das lutas populares.

Mossoró, como o restante do país, vivia nos anos 20, do século passado, uma grande efervescência revolucionária, reflexo do que estava ocorrendo no mundo, principalmente na Europa, sobretudo depois da vitoriosa Revolução Soviética (1917).

Na década de 1920, aqui no Brasil, temos fatos históricos marcantes na vida do país: a criação do Partido Comunista, a Semana de Arte Moderna e a Coluna Prestes, fechando a década com a Revolução de 1930. Esse conjunto de fatos históricos demonstra inquietação reinante entre os militares e os intelectuais, com reflexos positivos nas lutas populares e na organização da classe trabalhadora. Foi um momento de ruptura, de formatação de um novo modelo econômico para o país, não é por menos que a nossa historiografia classifica esse período como sendo o fim da Velha República e o início de uma Nova Era. O Partido Comunista tem um papel basilar nesse processo, sendo o vetor das esperanças do proletariado brasileiro.

Com a criação do PCdoB, aqui em Mossoró (1928), é escolhido o seu primeiro diretório, sendo este formado por Jonas Reginaldo, Secretário Político; Lauro Reginaldo, Secretário de Agitação e Propaganda; Francisco João de Oliveira e João Reginaldo e mais um representante de cada célula.

Com isso o Partido Comunista vai ter um papel terminante na organização dos trabalhadores mossoroense, apesar de todas as perseguições a que os seus militantes e simpatizantes foram submetidos. Com a criação do diretório municipal tem início o processo de fortalecimento do partido junto aos trabalhadores, atraindo para seus quadros líderes da classe operária tais como: Chico Guilherme, Joel Paulista, Francisco Florêncio; Manoel Torquato, Manoel Feitosa e muitos outros.

Essa é uma história que vamos tentar contar em diversos artigos. Com esse primeiro registro, estamos saudando os 90 anos de fundação do Partido Comunista do Brasil, como também saudando a todos os militantes que ajudaram a construir essa história aqui no Rio Grande do Norte.

Antonio Capistrano – ex-reitor da Uern é filiado ao PCdoB