sexta-feira, 24 de julho de 2009

IMPÉRIO ROMANO


O Império Romano do Ocidente, com a capital em Roma, nasceu oficialmente em 27 a. C., quando Otávio recebe o título de August, e termina com a conquista de Roma pelos godos, em 410 d. C., ou em 476 d. C. (segundo alguns historiadores), data da queda do último imperador.

O Imperium Romanum representou um modelo político que nos surpreend até hoje, pois, não era um "Estado territorial nacional, nem uma monarquia absoluta, nem tampouco uma ditadura popular, nem ainda um regime totalitário", observa Patrick Le Rouy (Ed. L&PM, 2009). Foi grandioso em sua dimensão (uma vez que, sua extensão media cerca de 10 milhões de quilômetros quadrados, onde, a partir do seu apogeu, era formado por parte da Europa pelo norte África, pelos países mediterrâneos, ocupando cerca de 3 milhões de quilômetros quadrados do Mediterrâneo, e por grande parte da Ásia), em seu poderio e em sua longevidade.

Para efeito didátio, alguns historiadores dividem a história política de Roma em: Monarquia (da fundação, 753 a. C. a 509 a. C.), República (de 509 a. C. a 27a. C.) e Império (de 27 a. C. a 476 d. C.).
O poder romano repousava na pessoa do imperador, considerado em sua condição de eleito dos deuses. A ele competia nomear magistrados, controlar os exércitos e interferir nas questões religiosas.

Desde os tempos mais remotos dos reis, a escravidão foi praticada no Império Romano, mas seu auge em grande escala foi consequência das guerras de conquistas do final da República. Por isso, a economia se organizou dentro da estrutura do modo de produção escravista, fator de riqueza do Império. As províncias da Gália, África e Ásia Menor foram responsáveis pelo fornecimento de escravos ao Império de Roma.

O modelo social romano assentava sobre desigualdades gritantes, o que acabou originando crises profundas. Estima-se que a população variava entre 60 e 80 milhões de habitantes, onde a maioria era constituída por camponeses. As classes sociais que se beneficiavam de proteções e privilégios foram os cidadãos romanos, os servidores do Estado e os soldados. Assim, o Império Romano "(...) não foi em absoluto um modelo de justiça, nem de organização humana ideal", enfatiza Rouy (p. 102, 2009). Por isso, os camponeses procuraram "se afastar de uma dominação que entendiam injusta e insuportável". A maioria da população se encontrava inserida em uma rede complicada de relacionamentos múltiplos que determinavam sua posição social. Portanto, "era o poder imperial romano que guiavam as relações políticas, econômicas, sociais e culturais por todo Império" (p.104, 2009).

sexta-feira, 10 de julho de 2009

Dominação e Poder

O poder e a dominação foram, historicamente, construidos ao longo do tempo. Por isso, nossa compreensão exige um deslocamento do olhar, ou seja, uma crítica radical aos discursos dominantes.

É necessário, observarmos que "relações de dominação e subordinação estão presentes em todas as dimensões do social". O poder, segundo Michel Foucault, deve ser entendido como sinônimo de "práticas de sujeição", "dominação" e não no sentido de poder como "potência", "força". Portanto, o poder está investido por técnicas de sujeição fabricadoras de domesticação. A dominação e o poder não se localizam apenas no aparelho de Estado ou no nível econômico, ambas permeia toda a atividade social, vai "desde o trabalho, escola, família, até as formas aparente mais ingênuas de lazer". Desse modo, as relações de poder e dominação estabelecem nas pessoas uma aceitação inocente da vida como tal, incorporando, assim, a velha ordem conservadora.

Nesse sentido, uma das primeiras coisas a compreender é que nós, enquanto sujeitos sociais vivemos, enfim, numa luta política. E. que "(...) a luta de classe é, ao mesmo tempo e na mesma medida, luta de interesses e de valores".

Portanto, é por meio das representações imaginárias, das crenças coletivas e de certas idéias sociais que a ideologia dominante ratifica-se e espalha-se como "ordem natural, única, universal, imutável, divina". Contudo, a ideologia corresponde a dominação dos indivíduos pela via simbólica. Deste modo, a ideologia implica na sujeição do indivíduo humano à cultura, por meio da sua sujeição a normas, costumes, padrões, crenças, mitos e instituições. Por conseguinte, a ideologia é construída de idéias e práticas.

Consequentemente, quando o poder se exerce, já o faz como ideologia, e essa já se manifesta pelo exercício de poder e dominação. A política, assim como, a cultura modela formas de agir e pensar. Com isso, a ideologia circula por todo o conjunto da vida social fabricando e produzindo múltiplas formas de dominação que podem se exercerem na sociedade.

Conforme Althusser, "a ideologia constitui os indivíduos em sujeitos, e os constitui na e para sujeição", onde o poder é contínuo e sempre renasce. Porém, o que nos resta saber é que o poder não impede a liberdade, apenas limita-a. Se a liberdade é, pois, geralmente uma construção, resta-nos buscá-los como um valor a orientar as nossas ações.

Mesmo sabendo, que "os diferentes sujeitos sociais têm diferentes formas de pensar o real e, portanto, formas de intervir no real", é cultura que constrói o indivíduo em todos os seus aspectos. Contudo, a manutenção do convívio em sociedade depende do nosso modo de pensar e agir.